terça-feira, 21 de setembro de 2010

O fim do ciclo da velha mídia soberana. Matéria parcial e de má fé.

É muito bom a gente saber que não está sozinho neste mundo. Que há pessoas que pensam, sentem e agem de maneira parecida com a nossa.

Pois esta foi a sensação que tive ao ler duas postagens, de dois grandes jornalistas, Ricardo Kotscho e Luiz Nassif, em seus respectivos blogs, no último fim de semana. A atual cobertura da mídia nas eleições presidenciais e o monopólio que hoje dá sinais de declínio foram os temas abordados.

Da minha parte, para preparar esta postagem daqui, eu comodamente adotei a linha "recorta e cola", sem muito trabalho. Os dois meninos, danados de bom, já dizem tudo. Eu só fui recortando, colando e aplaudindo cada palavra escrita por eles. Tô com a alma lavada e o coração renovado. Dias melhores prometem vir, com a esperança na modernização e no arejamento deste setor de comunicações.

Trago também um desabafo da candidata e virtual próxima presidenta do Brasil, Dilma Roussef, sobre uma matéria do jornal "Folha de São Paulo", de 20.09.2010, que ela mesma classifica a como "matéria parcial e de má fé".

De imediato lembrei-me do documentário "Cidadão Boilesen", de Chaim Litewski, 2009, em que o então presidente do Grupo Ultra, o dinamarques naturalizado brasileiro Henning Boilesen é retratado como o grande empresário e colaborador das forças de repressão e de tortura no Brasil, na Operação Bandeirante, OBAN, no começo da década de 70 . Ele mesmo, um torturador de presos políticos, justiçado pela guerrilha, morreu metralhado na rua, com o rosto colado junto à sarjeta.

Neste documentário foi também revelado que a empresa Folha da Manhã, dona do jornal "Folha de São Paulo", auxiliava a Operação Bandeirante, emprestando seus carros de distribuição de jornais, para servir como camuflagem aos agentes policiais e torturadores do regime militar na caça aos opositores do regime.

Vê-se que, decorridos tantos anos, a velha mídia soberana nada mudou. Vamos ao "corta e cola", o chantilly do bolo:


"Já não dá mais para saber onde acaba o telejornal e onde começa o horário político eleitoral, o que é fato e o que é ilação, o que é notícia e o que é propaganda. A estratégia não chega a ser original. Mas, desde o segundo turno entre Collor e Lula, em 1989, eu não via uma cobertura tão descarada, um engajamento tão ostensivo da imprensa a favor de um candidato e contra o outro." (Blog Balaio do Kotscho - aqui - "Machetes que viram propaganda eleitoral" de 19.09.2010)  





"A Rede Record ganhou musculatura, a Bandeirantes nunca teve alinhamento automático com a Globo, a ex-Manchete parece querer erguer-se da irrelevância.

De jornal nacional, com tiragem e influência distribuídas por todos os estados, a Folha foi se tornando mais e mais um jornal paulista, assim como o Estadão. A influência da velha mídia se viu reduzida à rede Globo e à CBN. A Abril se debate, faz das tripas coração para esconder a queda de tiragem da Veja.

A blogosfera foi se organizando de maneira espontânea, para enfrentar a barreira de desinformação, fazendo o contraponto à velha mídia não apenas entre leitores bem informados como também junto à imprensa fora do eixo Rio-São Paulo. O fim do controle das verbas publicitárias pela grande mídia, gradativamente passou a revitalizar a mídia do interior. Em temas nacionais, deixou de existir seu alinhamento automático com a velha mídia.

Em breve, mudanças na Lei Geral das Comunicações abrirão espaço para novos grupos entrarem, impondo finalmente a modernização e o arejamento ao derradeiro setor anacrônico de um país que clama pela modernização." (Blog Luiz Nassif On Line - aqui - "O fim de um ciclo em que a velha mídia foi soberana" de 18.09.2010)