segunda-feira, 16 de março de 2015

É possível discordar ou concordar politicamente sem ter ódio.


Quem protestou contra o governo ontem nas ruas ....

Todas as pessoas que ontem foram às ruas para protestar contra o governo federal em razão das medidas de ajuste fiscal, em especial da redução dos direitos trabalhistas e previdenciários (seguro desemprego e pensão por morte) exerceram seu direito constitucional de cidadania.  Sob tal argumento o protesto nacional merece respeito. Aqui e acolá encontramos conflitos e incitação à violência, mas acredito que a grande massa presente estava para ser ouvida com justa reivindicação.



Todos aqueles que foram às ruas para criticar a corrupção na Petrobrás, agiram de maneira correta e também contam com meu apoio. A corrupção é nojenta, desagrega, destrói e desacredita o estado. Pena que só o fizeram agora. Já deveriam ter feito tal manifestação em 1989 quando surgiram denuncias de corrupção na Petrobrás, porém nenhuma investigação foi adiante naquela época. 




Deveriam também ter ido às ruas quando o jornalista Paulo Francis denunciou diretores da Petrobras de serem corruptos e terem contas na Suíça, em 1996, mas igualmente nenhuma investigação prosperou. Ainda bem que hoje as investigações não estão engavetadas, tudo está sendo divulgado e até empresários e empreiteiros estão sendo presos, e parlamentares estão sendo processados. Pena também que a CPI tenha retroagido as investigação a 2003 e não para 1996. Neste caso não somente seria investigado o governo do PT mas também o do PSDB. Não entendi por que esta decisão da Camara dos Deputados. O presidente da Camara é o Deputado Eduardo Cunha que também está sendo processado por envolvimento no caso Lava Jato. (e´bom saber).





Como se vê, é possível discordar ou concordar politicamente sem ter ódio.

Porém, todos aqueles que foram ontem às ruas para exigir a saída da Presidenta Dilma, assim o fizeram equivocadamente,  propondo a quebra da legalidade, a saída ilegal e injustificada da presidente eleita pela maioria do povo em 2º. turno, nos termos da Constituição Federal. A mesma Constituição que garante direito à livre organização e manifestação de opinião. Não há razão jurídica e nem razão política para contrariar a vontade da maioria do povo nas urnas. Quem quer o impeachment está contrariando a lei da mesma maneira que o corrupto o faz.


Todos aqueles que foram às ruas para exigir o retorno dos militares, a intervenção militar, a ditadura militar, o golpe de estado, estes são canalhas, cafajestes e deveriam ser presos por incitamento contra o regime democrático. A intervenção militar pode significar o retorno da censura à imprensa, da proibição da organização de pessoas e grupos, da livre manifestação do pensamento, da organização sindical, do direito de greve. A prática da tortura e das prisões ilegais, dos assassinatos e desaparecimentos de opositores do regime voltarão. Enfim, será oficializada a violação dos direitos fundamentais e cassada a cidadania.