quarta-feira, 20 de novembro de 2013


Cuidado com o fascismo dos religiosos fundamentalistas no Congresso Nacional. O Estado Laico corre perigo.

Não é de hoje que temos denunciado por aqui e pelo Facebook o iminente perigo de um avanço contra o estado de direito pelas forças conservadoras, religiosas fundamentalistas, a fim de que alcancem poder político (e também vantagem econômica), ocupando cargos e funções no governo brasileiro, ou contratações com o poder público. 

Se hoje a situação do reconhecimento dos direitos sexuais de LGBT e dos direitos reprodutivos de mulheres não avançou em nada no governo de Dilma Roussef, é por que este ritmo lento é a paga que ela tem que dar aos evangélicos fundamentalistas. 

Marcelo Crivela, Magno Malta, Silas Malafaia, Marco Feliciano são alguns nomes que não podemos esquecer, pois são inimigos do movimento LGBT e das mulheres. Empresários da fé.

O incitamento à intolerância tem aumentado de maneira exponencial em todo o país e, com ele, os atos de violência e homicídio homofóbico, machismo, violência contra mulheres, agressões físicas e morais contra pessoas de outras profissões de fé e instituições religiosas de matriz africana.

Agora, Frei Betto faz uma importante advertência sobre o risco da fragilização do estado laico e do surgimento do fascismo, com o ovo da serpente que é a bancada evangélica no Congresso Nacional. O post publicado no Blog de Roldão Arruda (clique aqui) a seguir reproduzido traz as informações sobre as advertências do frade dominicano.


Frei Betto defende Estado laico, critica bancada evangélica e lembra o “ovo da serpente”

O Brasil está assistindo ao avanço de partidos políticos que se ligam cada vez mais a segmentos religiosos, o que constitui ameaça ao pluralismo religioso e à democracia. O alerta foi feito pelo escritor e teólogo católico Frei Betto, que chegou comparar esse movimento, de matriz fundamentalista e ainda pouco percebido pela sociedade, ao surgimento do nazismo, na primeira metade do século passado.
“Estamos assistindo a certos segmentos religiosos chocarem o ovo da serpente, expressão que vem do nazismo dos anos 30, na Alemanha: depois que a coisa esquentou é que muita gente se deu conta”, disse o religioso, durante conferência no 9º Encontro Nacional Fé e Política, realizado no final de semana, no campus da Universidade Católica de Brasília (UCB).

“O Estado e os partidos não devem ter religião, mas respeitar a diversidade do pluralismo religioso”, afirmou, diante de quase duas mil lideranças católicas. “No Brasil, determinados segmentos religiosos estão cada vez mais partidarizados. Existe no Congresso Nacional a bancada evangélica. Não tenho nada contra os evangélicos, tenho contra essa bancada.”
Na conferência, proferida no sábado e denominada O Poder na Cultura do Bem Viver, o dominicano, autor de 53 livros, foi enfático: “Precisamos abrir o olho porque está sendo chocado no Brasil o poder fundamentalista de confessionalização da política. Isso vai dar no fascismo.”

De acordo com informações publicadas por Jaime C. Patias, no portal católico Pontifícias Obras Missionárias, o teólogo e escritor disse que a maior experiência de poder na tradição bíblica é a experiência de Jesus: “Quem governa seja como aquele que serve. Esse é o maior testemunho de Jesus. O maior ato de Jesus foi quando ele se ajoelha para lavar os pés dos seus discípulos. Isso é o poder, colocar-se a serviço.”

Frei Betto tem vínculos históricas com as comunidades eclesiais de base (CEBs) e contribuiu para o surgimento do PT – partido do qual se afastou durante o primeiro mandato de Lula.