sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

REDUÇÃO DE 14% NOS CRIMES HOMOFÓBICOS NOS EUA SEGUNDO O FBI.



CRIMES DE ÓDIO CONTRA LGBT NOS EUA E NO BRASIL

Segundo notícia veiculada pelo Boletim da  Matthew Shepard Foundation (clique aqui) o FBI divulgou esta semana estatísticas de crimes homofóbicos nos EUA em 2012.

Segue abaixo uma tradução livre do texto do boletim.

Embora o relatório registre redução de 14% do número de crimes notificados com motivação na orientação sexual da vítima em  comparação com 2011, a fundação adverte que há uma sub-notificação que a cada 3 crimes efetivamente ocorridos, somente 1 deles é notificado. Outra informação apurada é que 54% das vítimas é de gays.

A situação brasileira está muito aquém no combate e repressão à homofobia. Mal conseguimos organizar o movimento LGBT para que exerça pressão junto a parlamentares visando aprovação do PLC 122 que criminaliza os crimes de ódio. Muitas bichas continuam alienadas, batendo o cabelão na buatchy e, se bobear, com discurso conservador e discriminatório. 

Os acordos políticos dos governos federal e locais privilegiam a concessão de poderes na administração pública, inclusive na execução de orçamento, para interesses de grupos conservadores de fundamentalistas religiosos que ostensivamente fazem campanha homofóbica e incitam a violência impunemente, sem falar no bacanal que é a distribuição de concessão de emissoras de TV e rádio para estes papa niqueis. O poder judiciário e o ministério público calam se diante deste abuso.




Além disso, o órgão responsável pela apuração e levantamento dos crimes homofóbicos não é um órgão concebido para esta atividade, que deve ser essencial e tecnicamente de segurança pública. Por mais esforço e boa vontade que tenham hoje a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e seu serviço de Disque 100, os índices indicativos produzidos são precários e os recursos são escassos. Vontade política não existe e Maria do Rosário está isolada no próprio governo. Quero ver quando ela sair, para concorrer às eleições no ano que vem, quem vai pegar o abacaxi.

A sociedade brasileira e em especial a comunidade jurídica está mais sensibilizada para a aceitação e aprovação do casamento monogâmico, heteronormativo e "homoafetivo" entre pessoas do mesmo sexo, típíco da classe média conservadora, do que para a redução dos assassinatos e outros crimes violentos contra LGBT por motivação homofóbica. Em 2011, por exemplo, o Brasil coleciona 310 vítimas fatais (clique aqui para ler o relatório da SDH).

E isto é só o começo. Ano que vem tem eleição, preparem-se para aquela vergonha de campanhas que usam o aborto, o casamento gay e a adoção de menores por casais do mesmo sexo para disseminar o ódio, o medo e o preconceito. 





"Crimes de Ódio contra LGBT para baixo, mas não para fora.

 O FBI divulgou recentemente as estatísticas de crimes de ódio denunciados em 2012. Embora tenha havido uma pequena redução no número de crimes,  ainda 1.318 crimes motivados pela orientação sexual da vítima foram relatados ao FBI por agências policiais locais.

Estes números representam uma redução de 14 % em crimes motivados pela orientação sexual da vítima em comparação com aqueles denunciados em 2011. Embora esta seja uma tendência positiva, temos que ter em mente que um relatório do Departamento de Justiça sobre como relatar os crimes de ódio estima que apenas um em cada três crimes de ódio é notificado à polícia.

O relatório do FBI mostra 6.718 crimes de ódio voluntariamente notificados à agência por órgãos policiais, envolvendo um total de 7.151 vítimas. A maioria (54 por cento) das 1.318 vítimas alvo era de orientação sexual gay. Cerca de um terço dos casos foram ataques físicos, outro terço eram intimidações e o terço restante eram vandalismo ou danos materiais.

O FBI alertou que as comparações ano -a- ano são difíceis , devido à alteração do número de órgãos policiais que participam a cada ano.

" É encorajador que em todos os momentos estes relatórios anuais mostram uma diminuição da vitimização deliberada das pessoas LGBT ", disse Jason Marsden , diretor-executivo da Fundação Matthew Shepard.


"Infelizmente , a tendência de redução das estatísticas não se traduz em paz de espírito para o elevado número de pessoas cada vez mais aflitas que ainda são emocional, financeira ou fisicamente prejudicadas por esses crimes sem sentido ", acrescentou . "As agências policiais de todos os níveis estão progredindo na abordagem sensível e construtiva destes incidentes, tratados caso a caso. O relatório de hoje deve servir para mostrar não só o seu progresso, mas também a necessidade premente que continua a motivá-lo."