quinta-feira, 20 de maio de 2010

Gay não é brincadeira! - Pânico na TV (1ª Marcha Nacional contra a Homofobia)



Vejam que maravilha. A equipe do programa PÂNICO DA TV da Rede TV foi impedida de fazer gravações no meio da Marcha Nacional Contra a Homofobia, que aconteceu ontem em Brasília.

Que aquele programa é fuleiro, de baixo nível, e que usa e desmoraliza a imagem das pessoas de boa fé, a custa de muita humilhação, só para render no IBOPE, isto todo mundo sabe. Bom mesmo foi ver a reação do público LGBT que, com palavras de ordem e cobranças diretas aos diretores da emissora, não deixou os profissionais desqualificados do PÂNICO fazerem humor grosseiro sobre a orientação sexual de gays, lésbicas, bis e Tts.

No final do vídeo os participantes da marcha soltaram uma palavra de ordem boa de ser seguida: gay não é brincadeira!

Concessão de canal de televisão é ato público. O direito de transmitir TV é do povo brasileiro. Por isto, as emissoras devem ficar atentas para não avançarem o sinal vermelho. O programa humorístico de João Kleber foi tirado do ar, na mesma emissora Rede TV, por praticar homofobia e desrespeito à imagem de LGBT.

2 comentários:

Fabi Thabi disse...

Adorei o slogan! Ta na hora de parar com esse tipo de graca que nao tem graca nenhuma...

Oswaldo Braga disse...

Querido Piza,
Parabéns pelo seu blog! Nem sabia que a sra tinha um Blog! Mas, adorei. Sobre o caso do Pânico na Marcha contra a Homofobia, minha opinião é a seguinte: as companheiras travestis estão certas. Agiram com o coração. Estavam de luto, portando uma faixa de luto pela chacina de travestis que temos assistido. Imagine esses inconvenientes fazendo graça no momento em que lembramos de nossos mortos?

A Rede TV não entendeu a proposta da marcha e não enviou sua equipe de reportagem para cobri-la. Optou por escalar seus humoristas, em completo desrespeito à seriedade do tema. By the way, a Rede TV é a da Gimenez.

Conversei com Keila Simpson, vice-trans da ABGLT logo após o incidente e ela me contou detalhes que não aparecem bem no vídeo como as estatísticas de assassinatos de travestis que eram jogadas na cara da equipe do Pânico. Eles alegavam que estavam sendo impedidos de exercer seu trabalho e elas exigiam respeito: que a Rede TV trouxesse seus repórteres para informarem o que significava aquela Marcha.

Algumas questões, entretanto:
Desrespeitariam uma Marcha contra o racismo? Iriam se fazer presentes estereotipados de negros? Iriam fazer graça com uma marcha das mulheres? Ou dos deficientes?

De onde vem esse desrespeito á nossa luta? Nossa cultura, nosso comportamento, nossos eventos, nossas Paradas são respeitadas? Os políticos nos respeitam? Os governos?

Será que o Pânico achou que ia encontrar uma Parada? Nas Paradas pode?

Onde será que estamos errando? Ou não: estamos acertando! Então, a mensagem que as pessoas recebem ao assistirem nossa Marcha não é a que queremos passar. Muitos riram de nós, enquanto a Marcha passava; assim como riem durante as Paradas. A gente sabe disso; a gente convive com isso. Zombam, tripudiam, desafiam e riem de nós.

Então, aos olhos da maioria somos engraçados? Por que as pessoas nos acham engraçados? Um movimento alegre, colorido, feliz é um movimento engraçado? A culpa é das drag queens? Drag queen é engraçada? Se somos engraçados e queremos ser, então o Pânico estava no lugar certo. Mas, se não queremos ser engraçados por que as pessoas riem de nós, não nos levam a sério?

[]s
Oswaldo