sexta-feira, 21 de maio de 2010

Jorgina, o golpe do INSS, e outras barbaridades. O glamour de ser capa preta foragido

Saiu a condenação para que a advogada Jorgina de Freitas devolva ao INSS o que ela andou roubando num esquema milionário de fraudes contra a previdência na década de 80. Aliás, o esquema também envolvia juizes, advogados e outros servidores públicos federais.

Santa, santa, esta mulher nunca foi. Por sinal, a única santa que eu conheço é a minha mãe. A tal Jorgina foi safa, malaca, espertona. No final, quando tudo já tinha desmoronado, a bonitona foi viajar, classe foragida, para Miami e Costa Rica, e lá acabou presa. Que vida dura, hein? Os bandidos pobres daqui se escondem no morro, ou na periferia. A doutora foi para a América Central. Pensa que é pouca ladronagem?

Cacciola, Maluf, Lalau, Rocha Matto e Pc Farias.

Mas, PC Farias, tesoureiro do Presidente e hoje senador Collor, foi também pego depois de fugir e se esconder em Bangcoc, na Tailândia. Já o juíz Nicolau, vulgo Lalau, que fez uma lambança no prédio do Forum Ruy Barbosa, o prédio do Lalau, que fica na Av. Marques de São Vicente, na Barra Funda, também fugiu, e foi pego num estado do Sul do Brasil. Até o Promotor Público de São Paulo, Igor Ferreira da Silva, que matou a mulher, por que ela estava grávida de outro homem, ficou foragido por mais de 8 anos, ao que dizem escondido no interior de São Paulo. Somente há poucos meses foi recapturado, mas sua fuga lhe rendeu redução de anos de cana. O crime de aborto, cometido contra o nascituro, o bebê na barriga da mãe, prescreveu para o promotor. A Justiça tarda e falha, neste caso.  

Promotor Público de SP Igor Ferreira da Silva

Tem o banqueiro Salvatore Cacciola, ex presidente do Banco Marka, italiano de sangue azul, nobre, de bom gosto, neo-carcamano, corrido do Brasil graças a uma liminar do Ministro do STF Marco Aurélio Mello. Ele deu o golpe da ajuda financeira do Banco Central, ao seu banco falido. Encastelado em Roma, Cacciola não resistiu, foi passear no Principado de Mônaco com a namorada, e acabou em Bangú 8.

Lembremos do Deputado Federal Paulo Maluf, que não pode sequer fazer compras de CD pirata em Ciudad del Este, antiga Puerto Stroessner, Paraguai, por que o único lugar que ele não corre risco de ser preso no mundo é no Brasil, justo onde ele mais fez. Maluf faz!

Nossa! se a gente começar a lembrar quem tem intimidade com a quadradura do sol, eu teria que transformar este Blog num portal. Mas a grande maioria dos aqui lembrados não resiste ao glamour de ser foragido, ainda que a fuga seja pífia, ridícula e desmoralize a imagem de bandido, construída a duros golpes. 

Um exemplo de quem não fugiu, e enfrentou de cabeça erguida o resultado de suas estripulias foi o juíz Federal Rocha Mattos. Preso e condenado por envolvimento na Operação Anaconda,  sua excelência está solto novamente, desde setembro passado. A operação Anaconda, de outubro de 2003, foi o resultado de uma investigação de mais de um ano da Polícia Federal com escutas telefônicas que teriam captado negociações ilícitas entre criminosos e membros do Judiciário. Dizem que Rocha Mattos trabalha atualmente num escritório de advocacia na Avenida Paulista. Sabe como o povo fala da vida alheia, não é não?

Por outro lado, o tal Editor Chefe Pimenta Neves, Big Shot do jornal Estadão, que matou a sangue frio a jovem jornalista Sandra Gomide, sua namorada, está do lado de fora das grades, e parece que não estão querendo recolhê-lo. Talvez ele tenha claustrofobia. Vai saber. Ele é um foragido às avessas. Tá por aí, andando para cima e para baixo, mas nada de prisão, por enquanto, embora seja réu confesso.

http://2.bp.blogspot.com/_xouULh7tF44/S8yIbj-Z8dI/AAAAAAAAHM4/-B1A8aikrns/s1600/pimenta-neves-traidor-da-imprensa.jpg

Pimenta Neves - jornalista
foragido às avessas
Enquanto estas barbaridades acontecem com os capa preta, na cozinha tem muita gente que fica torcendo para o casal Nardoni continuar preso e ser condenado em definitivo. Alguns até acamparam defronte ao fórum, nos dias do julgamento. Outros rezaram, choraram e, outros ainda, levaram bolo de aniversário pela memória da pequena Isabela.

Chega! é muita história de crime e de bandido cinco estrelas para uma happy hour virtual na sexta. Nem vou ver Law and Order hoje à noite.

4 comentários:

Sonia Zaú disse...

Mas menino, você lembrou da Jorgina e daquela época em que era sacado dos cofres do INSS 50 milhões, 100 milhões de um só vez e ninguém em Brasília perguntava para onde estava indo este dinheiro.E olha que a coisa era pesada, todos os dias indenizações milionárias sendo pagas e o Ministro da Previdência nem aí (será?). Mas sem querer aqui defender a classe, pelo que falam as linguas futriqueiras, o percentual do causídico era o menor. Juizes, serventuários, gerente de banco, contadores judiciais, o povo bocão do legislativo. Ihh!!! gente pra dar de pau, todos levavam uma "ferpela". Aqui na comarca onde atuo, no dia em que a Polícia Federal achou que era quarta-feira de cinzas e o carnaval deveria acabar, foi um Deus os Acuda. Engraçado os serventuários ricos da 3a. Vara Cível,que era privativa em processar os feitos previdenciários, correndo e tentando se esconder em outras secretarias. Enquanto que os serventuários pobres das outras secretarias expulsando os colegas aos gritos de: "aqui nããããooo!!É...foi verdadeiro pega na geral. Mas no fim pegaram meia dúzia de advogados, um juiz, um contador judicial. Os medalhões ficaram de fora. Depois dizem que advogados são espertos. KKKKKKKKK

Eduardo Piza disse...

Muito interessante este seu relato Sonia. Gostaria de saber como anda o patrimônio destes servidores ricos da 3a. Vara, dentre outros.

Anônimo disse...

oi edu,
estou por aí.
e lendo vc por aqui.
bjs,
moisés

Eduardo Piza disse...

Moisés, a sua visita para mim é como um pai que vai visitar a casa do filho pela primeira vez. Gostaria de ouvir suas opiniões.
beijos Edu