sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Joelmir Beting: 5 motivos para votar Dilma.

Este vídeo é muito bom . Joelmir Betting faz comparações que nos movem a pensar em manter o Brasil no rumo que agora está.

Afinal, em time que está ganhando não se mudam os jogadores.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Religião e política novamente se misturando na campanha presidencial. E, desta vez, por falha do infalível.


O ex membro da juventude hitlerista, ex-prefeito da Sagrada Congreção da Fé (antigo Santo Ofício), ex cardeal  Ratzinger e atual papa Bento XVI fez hoje (dia 28.10.2010) um discurso para os bispos brasileiros, enfatizando que os pastores tem o dever de emitir juizos morais, mesmo se tratando de matéria política. 

Para bom entendedor, meia palavra basta. Orientem seus fiéis a não votar naqueles que apoiam (i) a descriminalização do aborto, (ii) a criminalização da homofobia e (iii) a aprovação da união civil, ou casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Quando a gente pensa que este lamaçal da campanha presidencial, de misturar valores religiosos com promesas partidárias, a paga de votos, já tinha acabado, surge agora nova polêmica com as declarações de Ratzinger.

Interessante registrar que Mino Carta* , diretor de Redação da Revista Carta Capital, reagiu imediatamente ao pronunicamente do infalível pontífice, fazendo a seguinte declaração no  site  de Carta Capital:

“Acho que o papa deveria se preocupar com os escândalos que pipocam todos os dia na Igreja Católica. Deveria se preocupar com os padres pedófilos, e este, a bem da verdade, é um antiguíssimo problema, sempre hipocritamente ignorado. Deveria se preocupar com os inúmeros prelados que têm relação com a máfia. E com as investigações da justiça italiana sobre as atividade de seu banco, o IOR – Instituto para as Obras de Religião – que é, há muito tempo, um dos mais renomados do mundo em matéria de lavagem de dinheiro. A hipocrisia vaticana se revela até mesmo no nome. Que “obras religiosas” seriam essas?”



Não foi sem razão que, anteontem, um grupo de entidades, associações não governamentais e pessoas físicas, por iniciativa da entidade Católicas pelo Direito de Decidir, protocolou junto ao Ministério Público Eleitoral uma denuncia contra as duas coligações, (leia noticia e inteiro teor da representação aqui). que vem abusando da boa fé e de valores espirituais, para contaminar e perverter o Estado Laico com religiosidade medieval e violadora de direitos humanos.

Este blogueiro também subscreveu a representação ao Ministério Público Eleitoral, a qual manifestou indignação e denunciou o abuso contra direitos humanos de mulheres e de gays (LGBT), por que temas caros a ambos grupos, como aborto e casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, estão sendo usados indevidamente pelas duas coligações, tão somente para fins de obtenção de votos.

O papa perdeu uma boa oportunidade para ficar calado, rezar um pouco mais, e pedir perdão pelos pecados cometidos por membros de sua Igreja, inclusive o de ocultar e proteger molestadores sexuais de menores. Ponto para Mino Carta e para a iniciativa de Católicas pelo Direito de Decidir.

*Mino Carta  fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde.

domingo, 24 de outubro de 2010

Pelo amor de Deus, não copiem os EUA! - FSP Tendencias/Debates 24/10/2010


Foi publicado hoje na coluna Tendências/Debates da Folha de São Paulo um interessante artigo de autoria de Benjamin Moser, que aborda o uso indevido na campanha presidencial, tanto de Dillma como de Serra, dos temas aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo. É a imposição da moralidade na política pelos evangélicos.

Ele sustenta que o Brasil está copiando os EUA no seu pior aspecto, que é o de permitir que este moralismo dos evangélicos ocupe um espaço que já havia sido consquistado por forças progressistas, tanto para os direitos das mulheres, como para os homossexuais.


Nota também que, ao invés de copiar os políticos americanos, que têm levado a nação à paralisia, os brasileiros deveriam aprender mais com a Argentina e Portugal. Boa leitura.


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TENDÊNCIAS/DEBATES

Pelo amor de Deus, não copiem os EUA!

BENJAMIN MOSER *


Ao longo dos últimos 40 anos, nós, americanos, temos assistido, em nome de "valores" ou da "família", a ataques religiosos contra as mulheres e os homossexuais.

Começou como reação a um movimento gay que ganhou grande ímpeto resistindo aos ataques da polícia de Nova York contra o bar Stonewall; e a um movimento feminista que celebrou uma vitória histórica em 1973, quando a Suprema Corte legalizou o aborto.

O ressentimento por essas liberdades duramente conquistadas forneceu uma oportunidade aos políticos de direita e aos pastores evangélicos.

Pastores deram a bênção aos políticos que compartilhavam da sua obsessão com a vida pessoal alheia.

Desnecessário dizer que esses mesmos pastores logo se tornaram um espetáculo nacional, caindo um atrás do outro em escândalos, quer sexuais, quer financeiros.

Mas os políticos covardes já entregaram a essa gente o direito de mandar em assuntos "morais".

Agora, com crescente desânimo, vejo o Brasil seguir o mesmo caminho. Sabe-se que o evangelismo brasileiro tem suas raízes nos missionários americanos que chegaram há exatamente cem anos, e cujos descendentes estão impondo a mesma "moralidade" na política.

Em uma carta aos candidatos, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais denunciou a "instrumentalização de sentimentos religiosos e concepções moralistas na disputa eleitoral".

Em vez de ressaltar suas admiráveis conquistas na luta contra a homofobia ou suas antigas posições a favor do aborto legalizado, Dilma e Serra estão tentando agradar a essa mesma banda.

Políticos corajosos teriam defendido uma outra moralidade. Denunciariam o fato de mulheres morrerem todo dia no Brasil por causa da criminalização do aborto.

Denunciariam a Igreja Católica, que, em nome da "família", excomungou uma mãe pernambucana que providenciou um aborto para a filha de nove anos, grávida de gêmeos após ser estuprada pelo padrasto. Denunciariam que o número de assassinatos de gays no país cresceu 62% desde 2007 e que, de acordo com um estudo do Grupo Gay da Bahia, um gay é morto a cada três dias no Brasil.

Para os americanos, isso é muito deprimente. Em vez de copiar os políticos americanos, que têm levado a nossa nação ao desastre e à paralisia, os brasileiros deveriam aprender uma lição com a Argentina, cuja presidente fez discursos eloquentes a favor de tratamento igual no casamento.

Outra lição vem de Portugal, cujo premiê, José Sócrates, conseguiu a igualdade para todos os portugueses. Não é vergonhoso -sejamos sinceros- ver o Brasil ficar atrás da Argentina e de Portugal?

Como aqueles países demonstraram, a moralidade e os valores têm, sim, um lugar na política. O Brasil oficial não se cansa de repetir que a tolerância é o valor por excelência do brasileiro. Mas não basta dizê-lo.
Um dia, o debate sobre o aborto e o casamento gay terá o mesmo caráter antiquado que hoje tem a lembrança das disputas sobre o divórcio. Mas, para ver esse dia chegar, o Brasil precisará de políticos com muito mais coragem do que a demonstrada por Dilma e Serra.


Para tornar o Brasil um país mais digno, os seus líderes terão, sim, que copiar os americanos. Não o que temos de mais detestável.

Copiem, em lugar disso, Martin Luther King, morto depois de libertar os negros; os militantes de Stonewall, que saíram na porrada com a polícia de Nova York; e os juízes da Suprema Corte, que garantiram que nenhuma mulher morreria por ter praticado um aborto ilegal.

Estes fizeram a grandeza de nosso país -a mesma grandeza hoje decadente, graças, também, aos fanáticos religiosos.


* BENJAMIN MOSER, 34, americano, é escritor, crítico e tradutor. Colunista de livros da revista "Harper's", é autor de "Clarice," (Cosac Naify, trad. José Geraldo Couto).








sábado, 23 de outubro de 2010

Presidente do STJ, em ataque de fúria, demite estagiário por que estava atras dele na fila do caixa eletrônico.

Contando, ninguém acredita. Senhor juíz, pare agora! 

Saiu no blog do Noblat (leia aqui) uma história assombrosa que envolve o Presidente do STJ.
Um jovem estagiário registrou ocorrência no 5o. Delegacia de Polícia do Distrito Federal por haver sofrido injúria real. Trata-se de Marco Paulo dos Santos, 24 anos, até então estagiário do curso de administração na Coordenadoria de Pagamento do STJ que foi vítima de um ataque de fúria do Ministro Ari Pargendler, Presidente do STJ. (foto abaixo)


Consta do relato no Blog de Noblat a seguinte história bizarra, que se confirmada merece ser apreciada e julgada pelo STF, com as severidades máximas da Lei, pois se trata de um grave fato que envolve abuso por parte do presidente da segunda mais alta corte brasileira.


Já não nos bastou termos vivido a era Gilmar Mendes, presidindo o STF, de triste memória, agora somos obrigados a conviver com uma pessoa como o Ministro Ari Pargendler que, se confirmado o relato, mostrou-se ter sido autoritário, destemperado e, pior de tudo, injusto, com um jovem de 24 anos, estagiário, sem qualquer justificativa para seus atos.


Chega de juízes autoritários. Precisamos de juízes com autoridade. Antes, porém, de qualquer juízo, é necessário que o ministro apresente a sua versão de modo convincente e transparente.
Marco estava imediatamente atrás do presidente do Tribunal no momento em que o ministro usava um caixa rápido, localizado no interior da Corte.

A explosão do presidente do STJ ocorreu na tarde da última terça-feira (19) quando fazia uma transação em uma das máquinas do Banco do Brasil.
No mesmo momento, Marco se encaminhou a outro caixa - próximo de Pargendler - para depositar um cheque de uma colega de trabalho.
Ao ver uma mensagem de erro na tela da máquina, o estagiário foi informado por um funcionário da agência, que o único caixa disponível para depósito era exatamente o que o ministro estava usando.
Segundo Marco, ele deslocou-se até a linha marcada no chão, atrás do ministro, local indicado para o próximo cliente.
Incomodado com a proximidade de Marco, Pargendler teria disparado: “Você quer sair daqui porque estou fazendo uma transação pessoal."
Marco: “Mas estou atrás da linha de espera”.
O ministro: “Sai daqui. Vai fazer o que você tem quer fazer em outro lugar”.
Marco tentou explicar ao ministro que o único caixa para depósito disponível era aquele e que por isso aguardaria no local.
Diante da resposta, Pargendler perdeu a calma e disse: “Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido, está fora daqui”.
Até o anúncio do ministro, Marco diz que não sabia quem ele era.
Fabiane Cadete, estudante do nono semestre de Direito do Instituto de Educação Superior de Brasília, uma das testemunhas citadas no boletim de ocorrência, confirmou ao blog o que Marco disse ter ouvido do ministro.
“Ele [Ari Pargendler] ficou olhando para o lado e para o outro e começou a gritar com o rapaz. Avançou sobre ele e puxou várias vezes o crachá que ele carregava no pescoço. E disse: "Você já era! Você já era! Você já era!”, conta Fabiane.
“Fiquei horrorizada. Foi uma violência gratuita”, acrescentou.
Segundo Fabiane, no momento em que o ministro partiu para cima de Marco disposto a arrancar seu crachá, ele não reagiu. “O menino ficou parado, não teve reação nenhuma”.
De acordo com colegas de trabalho de Marco, apenas uma hora depois do episódio, a carta de dispensa estava em cima da mesa do chefe do setor onde ele trabalhava.
Demitido, Marco ainda foi informado por funcionários da Seção de Movimentação de Pessoas do Tribunal, responsável pela contratação de estagiários, para ficar tranqüilo porque “nada constaria a respeito do ocorrido nos registros funcionais”.

Mas, quem é o estagiário Marco?  (Blog do Noblat)

O estudante Marco Paulo dos Santos, 24 anos, nasceu na Grécia, filho de mãe brasileira e pai africano (Cabo Verde).
Aos dois anos de idade, após a separação dos pais, Marco veio para o Brasil com a mãe e o irmão mais velho. Antes de começar a estagiar no Tribunal fazia bicos dando aulas de violão.
Segundo ele, a oportunidade de estagiar no Tribunal surgiu no início deste ano. O estágio foi seu primeiro emprego.
“Não sei bem se foi em fevereiro ou março. Mas passei entre os 10 primeiros colocados e fui convocado para a entrevista final. O meu ex-chefe foi quem me entrevistou”, relembra.
Marco passou a receber uma bolsa mensal de R$ 600 e mais auxílio transporte de R$ 8 por dia.
“Trabalhava das 13h às 19h. Tinha função administrativa. Trabalhava com processos, com arquivos, com informações da área de pagamentos”, explica.
No período da manhã, ele freqüenta a Escola de Choro Raphael Rabello, onde aprende violão desde 2008.
À noite, atravessa de ônibus os 32km que separam a cidade de Valparaíso de Goías, onde mora, da faculdade, em Brasília, onde cursa o quinto semestre de Administração.
Sobre sua demissão do STJ, parece atônito: “Ainda estou meio sem saber o que fazer. Tudo aconteceu muito rápido. Mas já tinha planos de montar uma escola de música na minha região onde moro".


Vazamento da Receita Federal - Tucanofagia

O jornalista Amaury Ribeiro Junior prestou depoimento na Polícia Federal, nesta semana, declarando que seu pedido de certidão e de cópias de declarações de IR de parentes de José Serra deu-se quando ele era jornalista do ESTADO DE DE MINAS, e foi feito com a ajuda de intermediários e de corrupção de servidores da Receita Federal. Tudo porém dentro de uma trama que envolve briga de poder no PSDB.

Ele fora contratado pelo pessoal do Aécio Neves para fazer um dossie do pessoal do Serra. Isto por que o pessoal do Aécio ficou sabendo que o pessoal do Serra estava também fazendo um dossie sobre Aécio. Este Serra gosta de dossie. Parece o ACM, que descanse em paz e nos deixe também do mesmo jeito.

Depois que ele (Amaury Jr.) contratou, pagou, e recebeu os dados fiscais - adquiridos mediante corrupção de servidores da Receita Federal - ele virou a casaca, foi trabalhar para o pessoal de Dilma. E lá, segundo disse, os petistas lhe tungaram os dados. Bem feito! Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.

Mas o importante de tudo, e que a imprensa não tem explorado, pela sua parcialidade e interesse no jogo do poder do momento eleitoral, é a confissão de Amaury Junior de que o vazamento dos dados da Receita Federal deu-se para satisfazer interesses de gente do tucanato (Aécio Neves) contra gente do mesmo tucanato (José Serra).

O VAZAMENTO DA RECEITA DEU-SE EM MEIO A UMA CRISE DE TUCANOFAGIA.

"A reportagem da Folha, enviezada, obrigou o governo a mudar seus planos (a intenção inicial era só divulgar os resultados após o término das eleições). E precipitou uma série de versões e um disse não disse, que acabou por atingir o tucanato de modo irremediável." segundo menciona matéria da Revista Carta Capital desta semana.

Leia aqui a matéria da Carta Capital que conta direitinho esta lama toda da campanha e a safadeza desse dôssie, em que há servidores da Receita Federal metidos até pescoço, inclusive com recebimento de propina. Cadeia para uns, rua para outros.



 reportagem da Folha, enviezada, acabou por atingir o tucanato de modo irremediável

sábado, 16 de outubro de 2010

Marilena Chauí vai votar em Dilma, e explica suas razões. Para ela Serra é ameaça à democracia, à liberdade de expressão e de imprensa e ao meio ambiente.


A grande mestra de filosofia da USP, Marilena Chauí, fala em quatro atos nos vídeos abaixo e abre seu voto em favor de Dilma.
Segundo o site de Dilma veja aqui, em entrevista gravada anteontem, em São Paulo, a professora fala sobre as eleições deste ano e explica por que o projeto dos tucanos é um retrocesso. Segundo ela, o candidato José Serra representa uma ameaça às conquistas sociais e econômicas alcançadas pelo governo Lula. Marilena avalia que os ambientalistas devem estar atentos no segundo turno porque Serra teve votação maior em regiões de desmatamento e do agronegócio.






sexta-feira, 15 de outubro de 2010

CARTA ABERTA DA ABGLT ADVERTE DILMA E SERRA PARA NÃO MACULAREM SUAS BIOGRAFIAS COM UTILIZAÇÃO DA FÉ DE MILHÕES DE BRASILEIROS

Associação das bichas, sapatões e travas puxa orelha de Dilma e Serra.
Até que enfim surge alguém de bom senso, coragem, transparência e boa intenção em meio à lama desta campanha política sórdida.
Viva a ABGLT.

Carta aberta da ABGLT às candidaturas presidenciais de Dilma Roussef e José Serra


Prezada Dilma e Prezado Serra,

A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, é uma entidade que congrega 237 organizações da sociedade civil em todos Estados do Brasil. Tem como missão a promoção da cidadania e defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma democracia sem quaisquer formas de discriminação, afirmando a livre orientação sexual e identidades de gênero.

Assim sendo, nos dirigimos a ambas as candidaturas à Presidência da República para pedir respeito: respeito à democracia, respeito à cidadania de todos e de todas, respeito à diversidade sexual, respeito à pluralidade cultural e religiosa.

Respeito aos direitos humanos e, principalmente, respeito à laicidade do Estado, à separação entre religião e esfera pública, e à garantia da divisão dos Poderes, de tal modo que o Executivo não interfira no Legislativo ou Judiciário, e vice-versa, conforme estabelece o artigo 2º da Constituição Federal: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

Nos últimos dias, temos assistido, perplexos, à instrumentalização de sentimentos religiosos e concepções moralistas na disputa eleitoral.

Não é aceitável que o preconceito, o machismo e a homofobia sejam estimulados por discursos de alguns grupos fundamentalistas e ganhem espaço privilegiado em plena campanha presidencial.

O Estado brasileiro é laico. O avanço da democracia brasileira é que tem nos permitido pautar, nos últimos anos, os direitos civis dos homossexuais e combater a homofobia. Também tem nos permitido realizar a promoção da autonomia das mulheres e combater o machismo, entre os demais avanços alcançados. O progresso não pode parar.

Por isso, causa extrema preocupação constatar a tentativa de utilização da fé de milhões de brasileiros e brasileiras para influir no resultado das eleições presidenciais que vivenciamos. Nos últimos dias, ficou clara a inescrupulosa disposição de determinados grupos conservadores da sociedade a disseminar o ódio na política em nome de supostos valores religiosos. Não podemos aceitar esta tentativa de utilização do medo como orientador de nossos processos políticos. Não podemos aceitar que nosso processo eleitoral seja confundido com uma escolha de posicionamentos religiosos de candidatos e eleitores. Não podemos aceitar que estimulem o ódio entre nosso povo.

O que o movimento LGBT e o movimento de mulheres defendem é apenas e tão somente o respeito à democracia, aos direitos civis, à autonomia individual. Queremos ter o direito à igualdade proclamada pela Constituição Federal, queremos ter nossos direitos civis, queremos o reconhecimento dos nossos direitos humanos. Nossa pauta passa, portanto, entre outras questões, pelo imediato reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo e pela criminalização da discriminação e da violência homofóbica.


Cara Dilma e Caro Serra

Por favor, voltem a conduzir o debate para o campo das ideias e do confronto programático, sem ataques pessoais, sem alimentar intrigas e boatos.

Nós da ABGLT sabemos que o núcleo das diferenças entre vocês (e entre PT e PSDB) não está na defesa dos direitos da população LGBT ou na visão de que o aborto é um problema de saúde pública.

Candidato Serra: o senhor, como ministro da saúde, implantou uma política progressista de combate à epidemia do HIV/Aids e normatizou o aborto legal no SUS. Aquele governo federal que o senhor integrou também elaborou os Programas Nacionais de Direitos Humanos I e II, que já contemplavam questões dos direitos humanos das pessoas LGBT. Como prefeito e governador, o senhor criou as Coordenadorias da Diversidade Sexual, esteve na Parada LGBT de São Paulo e apoiou diversas iniciativas em favor da população LGBT.

Candidata Dilma: a senhora ajudou a coordenar o governo que mais fez pela população LGBT, que criou o programa Brasil sem Homofobia, e o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, com diversas ações. A senhora assinou, junto com o presidente Lula, o decreto de Convocação da I Conferência LGBT do mundo. A senhora já disse, inúmeras vezes, que o aborto é uma questão de saúde pública e não uma questão de polícia.

Portanto, candidatos, não maculem suas biografias e trajetórias. Não neguem seu passado de luta contra o obscurantismo.

A ABGLT acredita na democracia, e num país onde caibam todos seus 190 milhões de habitantes e não apenas a parcela que quer impor suas ideias baseadas numa única visão de mundo. Vivemos num país da diversidade e da pluralidade.

É hora de retomar o debate de propostas para políticas de governo e de Estado, que possam contribuir para o avanço da nação brasileira, incluindo a segurança pública, a educação, a saúde, a cultura, o emprego, a distribuição de renda, a economia, o acesso a políticas públicas para todos e todas!

Eleições 2010, segundo turno, em 15 de outubro de 2010.

ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Lula defende o casamento gay - Direitos Humanos. Dai a César o que é de César.

Lula declara em alto e bom tom que defende a união entre pessoas do mesmo sexo.
E mais, diz que tem que acabar com esta hipocrisia de ser contra a união gay.
O Presidente da República está certo. As Igrejas e religiões que pregam a discriminação é que precisam doravante pagar impostos e ter as mesmas obrigações que os demais brasileiros.
Pelo fim da imunidade tributária. Dai a César o que é de César!


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Heterofobia e racismo contra brancos. Laboratório e experiência instrutivos.

Racismo
Cada vez mais me convenço que a melhor maneira das pessoas passarem e receberem conceitos, definições e valores é através dos meios mais simples de aprendizado, com métodos pedagógicos que atingem não somente construções racionais mas igualmente sensibilizam e envolvem o aprendiz.

Quando assisti ao filme Cor da Fúria, pela primeira vez, tive a desagradável impressão de se tratar de um filme que abordava a questão do racismo de maneira superficial e infantil. Mas esta impressão preconceituosa foi se desfazendo no decorrer do próprio filme. Ao final, uma simples abordagem de inversão de papeis, onde brancos passaram a viver como negros e vice-versa foi capaz de me sensibilizar para uma questão extremamente importante para a promoção dos Direitos Humanos que é o combate ao racismo.  Recomendo que o assistam. Segue abaixo um pequeno trêiler em inglês de 1,26 min, extraído do youtube.

O filme Cor Da Furia (titulo original White Man's Burden, cuja tradução literal seria O fardo de um homem branco, 1995) retrata uma fictícia sociedade onde há a total inversão de papéis raciais na história do discriminado operário branco Louis Pinnock. Suas dificuldades financeiras e as discriminações que sofre pela cor de sua pele branca o levam a cometer atos extremos contra seu ex-patrão, um empresário negro e bem sucedido. (Gênero Drama, Direção Desmond Nakano, Elenco Tom Bower, Harry Belafonte, John Travolta, Margaret Avery, Kelly Lynch).

Longe de pretender fazer crítica de cinema, o proveitoso em Cor da Furia foi esta experiência instrutiva de sugerir trocar papéis.



Homofobia
Recentemente assisti a um vídeo produzido em parceria entre o Grupo Arco-Íris e a UFRJ,. "Por outros olhos, homofobia nas escolas" e novamente tropecei em meus preconceitos. Achei o video logo de início bem amador e infantil. Acho que foi por isto que levei algum tempo para prestar atenção no que ele trazia de bom. Tive que revê-lo por causa da minha arrogância, que me levou a demorar a entender o contexto e a abordagem.

Em um mundo onde a maioria é homossexual, um menino e uma menina se apaixonam. Nessa realidade trocada, dois jovens estudantes heterossexuais têm de enfrentar os preconceitos e discriminações que LGBTs enfrentam no mundo real heterossexual binário e heteronormativo.

A mesma sensação que tive ao assistir "Cor da Fúria" passou me ao assistir "Por outros olhos, homofobia nas escolas", mas em ambas ocasiões o final foi feliz para este expectador. Confira este vídeo abaixo, que eu o recomendo.







terça-feira, 5 de outubro de 2010

Para curtir e descansar no pós primeiro turno - Tu Vuo' Fa l'Americano - The Talented Mr. Ripley

Após o primeiro turno das eleições gerais, vamos brindar nossos leitores e seguidores com uma bela apresentação de Matt Damon e Jude Law cantando Tu Vuo' Fa L' Americano, no filme O taletoso Ripley (direção Anthony Minguella - 1999), em deferência ao bom gosto e ao talento artístico destes dois belos moços.

Imperdível.