terça-feira, 21 de setembro de 2010

O fim do ciclo da velha mídia soberana. Matéria parcial e de má fé.

É muito bom a gente saber que não está sozinho neste mundo. Que há pessoas que pensam, sentem e agem de maneira parecida com a nossa.

Pois esta foi a sensação que tive ao ler duas postagens, de dois grandes jornalistas, Ricardo Kotscho e Luiz Nassif, em seus respectivos blogs, no último fim de semana. A atual cobertura da mídia nas eleições presidenciais e o monopólio que hoje dá sinais de declínio foram os temas abordados.

Da minha parte, para preparar esta postagem daqui, eu comodamente adotei a linha "recorta e cola", sem muito trabalho. Os dois meninos, danados de bom, já dizem tudo. Eu só fui recortando, colando e aplaudindo cada palavra escrita por eles. Tô com a alma lavada e o coração renovado. Dias melhores prometem vir, com a esperança na modernização e no arejamento deste setor de comunicações.

Trago também um desabafo da candidata e virtual próxima presidenta do Brasil, Dilma Roussef, sobre uma matéria do jornal "Folha de São Paulo", de 20.09.2010, que ela mesma classifica a como "matéria parcial e de má fé".

De imediato lembrei-me do documentário "Cidadão Boilesen", de Chaim Litewski, 2009, em que o então presidente do Grupo Ultra, o dinamarques naturalizado brasileiro Henning Boilesen é retratado como o grande empresário e colaborador das forças de repressão e de tortura no Brasil, na Operação Bandeirante, OBAN, no começo da década de 70 . Ele mesmo, um torturador de presos políticos, justiçado pela guerrilha, morreu metralhado na rua, com o rosto colado junto à sarjeta.

Neste documentário foi também revelado que a empresa Folha da Manhã, dona do jornal "Folha de São Paulo", auxiliava a Operação Bandeirante, emprestando seus carros de distribuição de jornais, para servir como camuflagem aos agentes policiais e torturadores do regime militar na caça aos opositores do regime.

Vê-se que, decorridos tantos anos, a velha mídia soberana nada mudou. Vamos ao "corta e cola", o chantilly do bolo:


"Já não dá mais para saber onde acaba o telejornal e onde começa o horário político eleitoral, o que é fato e o que é ilação, o que é notícia e o que é propaganda. A estratégia não chega a ser original. Mas, desde o segundo turno entre Collor e Lula, em 1989, eu não via uma cobertura tão descarada, um engajamento tão ostensivo da imprensa a favor de um candidato e contra o outro." (Blog Balaio do Kotscho - aqui - "Machetes que viram propaganda eleitoral" de 19.09.2010)  





"A Rede Record ganhou musculatura, a Bandeirantes nunca teve alinhamento automático com a Globo, a ex-Manchete parece querer erguer-se da irrelevância.

De jornal nacional, com tiragem e influência distribuídas por todos os estados, a Folha foi se tornando mais e mais um jornal paulista, assim como o Estadão. A influência da velha mídia se viu reduzida à rede Globo e à CBN. A Abril se debate, faz das tripas coração para esconder a queda de tiragem da Veja.

A blogosfera foi se organizando de maneira espontânea, para enfrentar a barreira de desinformação, fazendo o contraponto à velha mídia não apenas entre leitores bem informados como também junto à imprensa fora do eixo Rio-São Paulo. O fim do controle das verbas publicitárias pela grande mídia, gradativamente passou a revitalizar a mídia do interior. Em temas nacionais, deixou de existir seu alinhamento automático com a velha mídia.

Em breve, mudanças na Lei Geral das Comunicações abrirão espaço para novos grupos entrarem, impondo finalmente a modernização e o arejamento ao derradeiro setor anacrônico de um país que clama pela modernização." (Blog Luiz Nassif On Line - aqui - "O fim de um ciclo em que a velha mídia foi soberana" de 18.09.2010)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Entenda como e por que Serra afundaria o Brasil na crise mundial. Dá lhe marolinha neles.


"É um erro de análise econômica, erro..... Falta de formação sólida e experiência"

critica de José Serra à condução da política econômica do Governo para combater a crise internacional.



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Uma rapidinha! Só para atualizar. Eventual governo de Dilma terá 63% do Senado. Arthur Virgílio perde eleição.

De acordo com o site Congresso em Foco (vide aqui), de Brasília, as últimas pesquisas sobre intenção de voto mostram que a performance dos candidatos que fazem parte da base de um eventual governo de Dilma Rousseff vem melhorando a cada semana. 

Se a eleição fosse hoje, Dilma teria 63% do Senado. Pesquisas de agosto mostravam uma base de 57%. Neste momento, Arthur Virgílio, um dos mais ferrenhos opositores de Lula no Senado, que concorre à reeleição pelo Estado do Amazonas, está fora do páreo. 




Pesquisa do Ibope realizada entre 10 e 12 de setembro, mostra que ele foi ultrapassado pela deputada Vanessa Grazziotin, do PCdoB, caindo para a terceira posição. O primeiro lugar é do ex-governador Eduardo Braga, que tem 80% das intenções de voto.

Depois os analfabetos políticos dizem que Direitos Humanos é direito para bandido.... ora Senhor !

A Revista Eletrônica Consultor Jurídico - Conjur acaba de publicar nesta quarta feira, dia 15.09.2010, uma notícia sobre a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal - STF, que concedeu Habeas Corpus e determinou a soltura de um tenente da Polícia Militar de Natal. O tenente está preso desde 2006, acusado de homicídio de um segurança. O crime ocorreu numa festa junina, na cidade de São José de Mipibu, no Rio Grande do Norte. A matéria do Conjur está aqui.

O réu estava preso cautelarmente, sob o argumento de que era pessoa de prestígio junto a PM, o que atrapalharia o andamento do processo se ficasse solto. Já a Ministra Carmen Lucia (foto abaixo),  relatora do Habeas Corpus no STF, tem o entendimento que o policial está preso desde 2006, sem que tenha sido julgado e que o excesso de prazo da prisão já poderia ter sido declarado desde 2008.

Longe de querer discutir o caso judicial neste espaço, é evidente que o tenente da Polícia Militar de Natal, por mais que tenha agido como homicida, empregando violência policial, e até sendo pessoa influente e famosa junto aos seus pares na corporação a ponto de poder atrapalhar o processo, tem direito a um julgamento célere, rápido.


Aliás, não só ele, mas a própria sociedade tem esta expectativa, assim como os familiares da vítima fatal querem ver justiça. O que todos esperam é a solução imediata do caso. Se o tenente for culpado, então que cumpra a pena, se for absolvido, que seja solto. O que não dá para aceitar - por que é também uma violação de Direitos Humanos - é a prisão por longo tempo de uma pessoa acusada mas que não tem condenação definitiva.

É muito provável que o tal tenente tenha mesmo cometido o assassinato, afinal até o Superior Tribunal de Justiça STJ  - segunda maior corte superior brasileira, abaixo do STF - opinou pela sua prisão cautelar. No entanto, ele tem direito a um julgamento justo e célere. Por que raios a Justiça do Rio Grande do Norte ainda não julgou um caso de homicídio havido em 2006?

O homicídio já foi uma primeira e grande violação de Direitos Humanos, sem dúvida, e o seu autor tem que pagar por isto. Porém, a prisão injustificada, por longo tempo é outra violação de Direitos Humanos, e esta é praticada pela morosidade da Justiça, que não julga o réu.

 O simplismo de pensar que bandidos são soltos em nome dos Direitos Humanos é equivocado, e merece melhor discussão. O buraco é mais embaixo.

No presente caso, o exemplo é exatamento o contrário. O réu que foi solto, e que estava injustamente preso, não era bandido, mas era policial de prestígio. Casos como o dele, de excesso de prazo de prisão, abarrotam os presídios e cadeias brasileiras.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

NOTA DE REPÚDIO CONTRA CONSELHEIRO DA OAB SP TEM ADESÕES IMPORTANTES

A Nota de Repúdio emitida pelo Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual em 03.09.2010 contra o Conselheiro da OAB SP José Eduardo Tavolieri de Oliveira, que fez afirmações homofóbicas em evento realizado na sede da OAB SP, recebeu apoio de três grandes entidades,

No começo de agosto, conforme já relatado em post neste blog, de 03.09.2010, o advogado afirmou que :
"embora eu possua inclusive amigos gays" ..... "recebi uma educação séria e rigida"......"sou de uma época em que homem gostava de mulher e vice-versa"....."não me sinto à vontade quando saío com minha filha pequena e vejo dois homens se beijando, pois não sei o que dizer"...

"Não seria o caso de se emendar o art. 5º, inc. I, da CF/88 para se declarar que homens, mulheres, gays, lésbicas e simpatizantes são iguais perante a lei".


O Professor Luiz Mott, Doutor em Antropologia e Professor da Universidade Federal da Bahia, representando o GRUPO GAY DA BAHIA, aderiu à nota de Repúdio.



Mas ele não está sozinho neste apoio.



Toni Reis, presidente da ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, entidade brasileira que congrega uma rede de 237 associações LGBTs e






Beto de Jesus, representante brasileiro e da America Latina da Associação Internacional de Gays e Lésbicas, em inglês International Lesbian and Gay Association (ILGA), uma federação mundial que congrega grupos locais e nacionais dedicados à promoção e defesa da igualdade de direitos para lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros (LGBT) em todo o mundo


igualmente aderiram e subscreveram a NOTA DE REPÚDIO contra o Conselheiro da OAB SP José Eduardo Tavolieri de Oliveira.

sábado, 4 de setembro de 2010

Nelson Mandela Tupinquim - Dá para entender agora?

"No futuro, as pessoas não olharão Lula como o  novo Getúlio Vargas. Mas entenderão Vargas como o Lula do passado. O presidente encarna a principal mudança por que passou o Brasil nos últimos anos, ele é a nova classe média. Lula é o Nelson Mandela Tupiniquim"





A análise é de Marcelo Neri, economista da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ) e um dos maiores especialistas em política social do país, mas ela não pára por aí.


“Na última década, a desigualdade de renda caiu como nunca em nossa história. O equivalente a 31,9 milhões de pessoas ascenderam à classe C, ingressando no mercado consumidor, ampliando a capacidade de nossa economia crescer”,
avalia Neri, para quem, no entanto, o futuro do país está nas classes A e B.
“Quando terminarmos o processo de transferir pessoas das classes D e E para a C, passaremos a transferi-las da C para cima, o que gerará maior pressão sobre os ricos”.
Suas opiniões foram apresentadas em um seminário realizado em 30.08.2010 pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Economistas e cientistas políticos configuraram o atual momento da economia brasileira como “privilegiado”. Estas informações estão na matéria de João Villaverde, publicada no jornal "Valor" de 31 de agosto de 2010., pagina A3 e também reproduzida no seu blog (clqiue aqui) .

Pena, mas pena mesmo, que a grande imprensa não tenha publicado uma única nota sobre este evento e sobre a conclusão dos economistas e dos cientistas políticos.

Dá para entender agora por que eu vou votar em DILMA, apesar de tudo que está por aí e que somos obrigados a engolir? Ela é o continuismo de algo que é bom.

Nota de Repúdio de entidade de advogados LGBTs.

O advogado José Eduardo Tavolieri de Oliveira, Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de São Paulo e Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB SP, que participava de uma mesa, ao lado do renomado jurista Alvaro Villaça, que fazia uma palestra sobre união entre pessoas do mesmo sexo, no último dia 05.08.2010, soltou as seguintes pérolas:
"embora eu possua inclusive amigos gays" ..... "recebi uma educação séria e rigida"......"sou de uma época em que homem gostava de mulher e vice-versa"....."não me sinto à vontade quando saío com minha filha pequena e vejo dois homens se beijando, pois não sei o que dizer"...
Por fim, dirigiu-se a Alvaro Villaça e indagou-lhe:

"Não seria o caso de se emendar o art. 5º, inc. I, da CF/88 para se declarar que homens, mulheres, gays, lésbicas e simpatizantes são iguais perante a lei".

A mesa aconteceu na sede da OAB SP e as observações de Oliveira foram feitas na fase dos debates. A reação foi imediata e um grupo de advogados e de outros operadores de direito que estudam e dedicam parte de seu valioso tempo a questões de direitos dos LGBTs manifestaram indignação com as declarações do ilustre advogado, emitindo uma NOTA DE REPÚDIO, cujo inteiro teor segue no final do post.

A Ordem dos Advogados do Brasil é uma instituição de revelantes serviços prestados ao país e ao povo. Todos sabemos o quão importante foram suas ações de resistência democrática durante o período da ditadura militar, como uma das poucas entidades, juntamente com a Igreja Católica e a ABI, que podiam exercer alguma reação em face da didatura e dos seus descalabros, como prisões ilegais, torturas, assassinatos e desaparecimento de presos.


Foi na sede da OAB no Rio de Janeiro que uma bomba explodiu, matando a secretária Dona Lyda Monteiro, há 30 anos (vide foto ao lado), pois era a OAB quem tinha coragem de resistir contra a opressão, a ilegalidade, a violência do regime militar e exigir o retorno à democracia no país.

No período do impeachment de Fernando Collor de Mello, no começo da década de 90, foi a OAB, junto com a ABI, que solicitou a abertura do processo de impedimento do então presidente da República. Outros fatos grandiosos e personagens ilustres se confundem com a história desta entidade,  da qual eu tenho orgulho de fazer parte.

Espero que OAB de São Paulo, fiel à sua tradição democrática e de respeito aos Direitos Humanos, venha corrigir imediatamente o mal estar causado com as afirmações do advogado José Eduardo Tavolieri de Oliveira, deixando claro que não endossa esta sucessão de "batatadas". Ofensas à honra e à dignidade de cidadãos homossexuais, além das piadas ruins do Professor Villaça.

Aliás, a OAB SP já está em dívida com a comunidade LGBT, há pelo menos cinco anos, desde quando se aguarda a instituição da Comissão de Diversidade LGBT. Até agora nada foi feito, senão a formação de uma "Sub Comissão" vinculada à Comissão de Negro e de Assuntos Discriminatórios - de curta vida - e, recentemente, de um Comitê de Diversidade, vinculado à Comissão de Direitos Humanos. Comissão mesmo, que é bom, com autonomia, representatividade e atividade, só em outras seções do Brasil afora. Aqui ainda não.

É bom que se lembre que no Estado de São Paulo há um advogado para cada 203 habitantes, segundo o levantamento do Conselho Federal da OAB em 2008, (leia aqui). A população estimada para São Paulo, segundo o censo, é de 41.400.000, o que perfaz um total aproximado de 204 mil advogados paulistas.

Se o relatório do Dr. Kinsey de 1948 ainda estiver valendo, há pelo menos dez por cento destes ilustres causídicos, 20.400 advogados, que são gays ou lésbicas. Ou, como diria o Dr. José Eduardo Tavolieri de Oliveira não são homens nem mulheres. Mas são obrigados a pagar as anuidades, como qualquer outro inscrito na ordem.

Quem não tiver preconceitos e souber respeitar a livre orientação e a dignidade das pessoas LGBTs poderá atrair para si este valioso nicho de profissionais da advocacia, nas próximas eleições da Seção.  Hoje os advogados e as advogadas também estão saindo do armário com enorme velocidade e, quem fica parado é poste, segundo José Simão. Como diz um bordão que eu acabei de inventar: "Se o advogado for gay, sair do armário é de lei".

Quanto à dúvida do Dr. José Eduardo Tavolieri de Oliveira sobre o que dizer à sua filha, quando virem dois homens. ou duas mulheres se beijando, a resposta é fácil e está na Bíblia. Diga a verdade, por que a verdade vos libertará:

"Filhinha, veja como aquelas duas pessoas se amam, assim como o papai e a mamãe."

 Por fim, mas não de menor importância, uma observação quanto ao Professor Villaça: piadas nunca foram o seu forte. Seria melhor tratar o assunto tão somente com seriedade.


Segue a nota de repúdio -

03/09/2010                                                                                                                    Nota de Repúdio

O GADvS - Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual, vem, pela presente, declarar o seu mais absoluto repúdio às manifestações de cunho nitidamente homofóbico externadas pelo Dr. José Eduardo Tavolieri de Oliveira (OAB/SP n.º 135.658), na palestra sobre União Homoafetiva, realizada no dia 05/08/2010 na sede da OAB/SP, ministrada pelo Eminente Professor Álvaro Villaça Azevedo (OAB/SP n.º 13.595) - homofobia = preconceito ou discriminação contra LGBTs.

Com efeito, o Dr. José Eduardo Tavolieri, em um auditório repleto de estudantes de Direito (ou seja, de bacharéis em formação, que buscam melhor conhecimento participando de eventos da OAB-SP e buscam, por isso, opiniões de juristas em palestras diversas), logo após a finalização do discurso do Dr. Álvaro Villaça, decidiu fazer um aparte para dizer que, embora possua inclusive amigos gays (sic), como se isso fosse uma enorme e benevolente concessão de sua parte, afirmou que recebeu uma educação séria e rigida, [como se os LGBT's não tivessem sido bem educados por suas familias], que é de uma época em que homem gostava de mulher e vice-versa (sic) [como se a homoafetividade não fosse tão antiga como a humanidade], razão pela qual não se sentia à vontade quando saía com sua filha pequena e via dois homens se beijando, pois não sabia o que dizer (sic), em um tom claramente restritivo/contrário às manifestações públicas de afeto entre casais homoafetivos quando ditas manifestações são aceitas/toleradas entre casais heteroafetivos.

Repudia-se, igualmente, a colocação deste mesmo advogado no sentido de que gays não seriam homens e lésbicas não seriam mulheres (sic) e sua conseqüente indagação ao palestrante Prof. Álvaro Villaça se não seria o caso de se emendar o art. 5º, inc. I, da CF/88 para se declarar que homens, mulheres, gays, lésbicas e simpatizantes são iguais perante a lei (sic).

Nesse sentido, o GADvS ratifica as declarações indignadas de pessoas presentes ao evento que, em resposta ao Dr. Tavollieri afirmaram que gays são homens, lésbicas são mulheres e o Dr. José Eduardo Tavolieri é homofóbico (sic). Tal manifestação ensejou resposta do Dr. José Eduardo Tavolieri, que disse que não é homofóbico (!) e que não quis ofender ninguém (!), no que a própria platéia fez um eloqüente som de irônica concordância, deixando clara a hipocrisia de referida fala - pois é obviamente e notoriamente ofensiva a todo e qualquer homossexual (gay ou lésbica) a afirmação segundo a qual o gay não seria um homem e uma lésbica não seria uma mulher... Assim, o GADvS repudia as declarações do Dr. Tavolieri, exposta no parágrafo anterior (destacando-se que não se está repudiando a instituição OAB/SP, mas especificamente o Dr. Tavolieri).

Logo após a manifestação contestatória dos presentes, o Prof. Villaça, dizendo o óbvio, disse que não seria possível a emenda à Constituição Federal, pois todas as pessoas são homens ou mulheres [donde Villaça reconheceu a obviedade segundo a qual gays são homens e lésbicas são mulheres.

Em que pese a correta afirmação supra, desmistificando a ignorância de que gays não seriam homens e lésbicas não seriam mulheres, repudia-se também a postura do Professor Álvaro Villaça pelas diversas piadinhas de cunho nitidamente homofóbico proferidas durante sua palestra, como quando ele, ao se opor à adoção por casais homoafetivos, afirmou que seria estranho a uma criança ter dois pais, afirmando "que a criança vai ter uma mãe com pelos no peito" (sic) e que quando perguntarem para a criança "- Qual o nome do seu pai? José - E da sua mãe? João" (sic), o que fez em um tom nitidamente jocoso, em uma brincadeira de inequívoco mau-gosto que só serve para aumentar estereótipos nitidamente discriminatórios contra os cidadãos homoafetivos [o que passa a ideia de que, por causa da homofobia, não deveríamos combater a homofobia...].

Ressalte-se que o GADvS entende e respeita pessoas que foram criadas em um contexto histórico distinto, pautado por um inconsciente coletivo inequivocamente homofóbico, que (inacreditavelmente) classificava como "verdade universal" a mentira segundo a qual homossexuais seriam pessoas "doentes" e "depravadas", o que a evolução dos tempos tem comprovado não passar de puro preconceito. Contudo, o GADvS não tolera que nenhuma pessoa, independentemente da época em que foi criada, tenha discursos nitidamente preconceituosos, especialmente perante estudantes universitários, que ainda estão em processo de amadurecimento de seu senso crítico e acabam, muitas vezes, aceitando como válidas as afirmações de palestrantes, especialmente quando os mesmos são notoriamente conhecidos como argumentos de autoridade, como o Prof. Álvaro Villaça Azevedo.

Com isso, o GADvS expressa que não está repudiando propriamente o pensamento jurídico do Prof. Álvaro Villaça, que considera que a união homoafetiva não seria uma entidade familiar, mas uma mera "sociedade de fato" (a ser regida pela Súmula n.º 380 do STF, que desvirtua por completo a união familiar para considerá-la como se fosse um mero contrato mercantil), embora o GADvS considere esta posição simplória e desprovida de um raciocínio pautado por conhecimentos basilares de hermenêutica jurídica - como o de que impossibilidade jurídica do pedido só existe quando há enunciado normativo expresso que proíba tal situação (cf. STJ, REsp n.º 820.475/RJ), donde possível é a colmatação da lacuna em questão pelo uso da interpretação extensiva ou da analogia para o reconhecimento da possibilidade jurídica do casamento civil, da união estável e da adoção conjunta por casais homoafetivos (e dizer que a união homoafetiva seria uma hipótese de "casamento inexistente", como faz o Prof. Villaça, é o mesmo que dizer que o pedido de casamento civil/união estável/adoção conjunta por casais homoafetivos seria um pedido juridicamente impossível...).

O GADvS respeita o direito do Prof. Álvaro Villaça de defender a tese jurídica que julgar mais coerente com seu raciocínio jurídico. O que o GADvS não tolera e repudia na postura do Prof. Álvaro Villaça são piadinhas de inequívoco mau-gosto que o mesmo proferiu por elas servirem apenas para difundir ainda mais nefastos estereótipos preconceituosos contra cidadãos e cidadãs homossexuais.

Sem mais para o momento, subscrevemo-nos.

GADvS - Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Roriz tem candidatura indeferida pelo TSE e vai tomar café da manhã com Auditores Fiscais



O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu anteontem a noite pela impugnação da candidatura de Joaquim Roriz ao governo do Distrito Federal, tendo por fundamento a Lei da ficha limpa.


Ou seja, Roriz não pode ser candidato por que tem antecedentes judiciais que o impedem, de acordo com a Lei. Assim também aconteceu com diversos homens públicos, inclusive o deputado federal Paulo Salim Maluf, de São Paulo, o ex governador do Rio de Janeiro Garotinho e o deputado federal Jader Barbalho, que estão brigando na Justiça para limpar suas fichas. 

O mais estranho de tudo é que o primeiro ato do candidato Roriz, após a decisão do TSE, foi tomar café da manhã, hoje, às nove horas, com representantes dos Auditores Fiscais da Receita Federal. Veja mais notícias no link Roriz toma café da manhã com representantes dos Auditores Fiscais da Receita Federal Cada um escolhe a sua prioridade. Assim seja.

E, por falar em Receita Federal, aquele órgão não pára de produzir escândalos. Agora, além dos 4 tucanos, da Ana Maria Braga, e da Família Klein (Casas Bahia), agora tem a filha de José Serra, Verônica, como nova vítima, que teve seu sigilo fiscal violado.

E a Corregedoria do órgão jura de pé junto que a quebra de sigilo não foi motivada por fins políticos, mas se trata de uma organização criminosa que quebra dados alheios mediante pagamento. Puxa vida, quem seriam este criminosos?

Quer saber de uma coisa? vou tomar café.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

DANDO PAU EM MARCELO CRIVELLA SEM QUALQUER PUDOR E DE TUDO QUANTO É JEITO!

Constam dos resultados de pesquisas eleitorais que Marcelo Crivella está na frente para a corrida ao Senado, pelo Estado do Rio de Janeiro.

Justo o Rio de Janeiro que foi o único estado brasileiro que, durante a ditadura, apesar das eleições serem indiretas, escolhia como governador um político da oposição. Justo o Rio de Janeiro, que foi Capital do Império e depois da República por alguns séculos. e transpirava cultura, politização e um frescor de vida metropolitana, capaz de absover pensamentos novos e idealizadores de mudanças culturais, sociais e políticas.

Eu não posso lá falar muita coisa, pois a Capital Paulista, logo após iniciaram-se as eleições nas capitais brasileiras, elegeu Jânio Quadros para prefeito, como primeiro grande evento democrático de sufrágio, após o periodo da ditadura militar.

Porém, além de todos males que assolam a Cidade Maravilhosa, e o grande estado fluminense, como a violência urbana, pobreza e a desordenada situação da vida nas "comunidades" (no meu tempo chamava de favela mesmo) controladas pelo tráfico de drogas, temos também que conviver com a presença de Crivella na política daquele estado e no próprio Senado Federal.

Ele é homofóbico, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (o que para mim já conta como pontos negativos), parlamentar dos mais conservadores, que compõe a bancada evangélica e emperra todos os grandes projetos de interesse de mulheres e de gays.

Pior ainda é o apoio que ele recebe do Luiz Inácio. Isto é que mata eleitores de Lula. Em nome da governabilidade são feitos acordos dos piores. Tá certo que FHC e outros tucanos nunca foram seletivos na hora fazer seus acordos também, mas eu não voto em FHC nem em tucanos. Eu voto no Lula, e estes apoios e acordos me derrubam.

Seguem abaixo três pequenos vídeos que valem a pena ser assistidos. O primeiro é de uma entrevista que Crivella dá para Jô Soares, e se atrapalha todo na hora de defender sua homofobia. É bom e vale a pena ver a sua falta de conteúdo para ser homofóbico. Pelo menos competência o cara deveria ter para ser defensor da homofobia, não é não? Nem isto ele tem.



A segunda é uma gravação que o chato do Jabor critica a ação do Crivella no episódio em que soldados do Exército entregaram jovens de uma comunidade para uma gangue rival, no morro da Providência. A partir do momento que Jabor começa a criticar o governo federal, o vídeo perde o interesse, pois já é a sua babação habitual, monocórdica e monotemática.

Estou usando aqui o Jabor como escada para dar pau no Crivella, mas o cara é ruinzinho também no pseudo colunismo e jornalismo. Este arremedo de Paulo Francis merece uma aposentadoria. Mas isto é outra história.





E o últivo vídeo. Bom... vai lá e assiste.
Já aviso aos companheiros que fazer críticas é direito inalienável de liberdade de expressão. E não concordar com questões pontuais não me torna inimigo do Companheiro Mor, nem do seu partido, que eu também ajudei a construir.











terça-feira, 24 de agosto de 2010

Os pecados e as opções de Plínio, Serra e Marina.

Plínio diz que homossexualidade é pecado, um erro.

Uma das minhas grandes diferenças com algumas pessoas de igrejas e religiões é que elas têm a viva arrogância e firme convicção de chamar para si o papel quase que exclusivo de intermediação e de interpretação das palavras, pensamentos e até sentimentos de Deus, não admitindo concorrência neste mercado, que não tem crise de clientes.

Não é a toa que o papa é chamado de pontífice, pois ele faria a ponte entre os Homens e Deus. Assim, também, nas revelações divinas recebidas por bispos, pastores, apóstolos e outros "escolhidos", há sempre uma situação cômoda de privilégio daquele "intermediário". Ele é quem sempre dá a  última palavra: Deus disse isto, Deus quer aquilo, Deus não gosta daquiloutro, ainda que tudo seja fruto da  sua imaginação, tão somente. Afinal, quem tem coragem de contestar a vontade ou a palavra de Deus?

Daí, o charlatanismo, a safadeza e o enriquecimento ilícito à custa da boa fé do povo ficam tão perto, e não se pode, e nem se consegue, separar o joio do trigo. Os intérpretes de Deus, ou os seus representantes na terra, escolhidos e iluminados, usam e abusam sexualmente de crianças, protegidos pela cumplicidade criminosa e episcopal. Estelionato, bíblias recheadas de dólares nas alfândegas, e até lavagem de dinheiro são práticas corriqueiras neste mundo que ignora Deus, mas fatura alto usando seu santo nome, em vão.

É obvio que não são todos assim. Mas, na hora que se fala de orientação sexual, até o trigo vira joio.


É por esta razão que não é nada fácil para gays (LGBTs) ter que lutar e afirmar sua individualidade, personalidade, orientação sexual, tendo sempre como opositores pessoas que resistem em reconhecer e respeitar os direitos fundamentais, em especial o da dignidade da pessoa humana. Pessoas que insistem em dizer que a homossexualidade é contra a vontade de Deus, e portanto se constitui em pecado.

Nesta luta cotidiana de buscar um lugar ao sol da cidadania e do respeito aos direitos humanos, para quem se entusiasmou com o beijo gay no programa eleitoral do PSOL, aqui vai um recado que vale a pena levar em conta: o candidato daquele partido à presidência da República, o católico Plínio de Arruda Sampaio considera a homossexualidade “um pecado, um erro”. Ele fez essa afirmação durante o debate realizado na segunda-feira à noite, 24.08.10, e transmitido pelas emissoras católicas Canção Nova e Rede Aparecida. A candidata Marina Silva, do PV, também usou a palavra “pecado” ao se referir ao assunto. A petista Dilma Rousseff, que lidera disparada as pesquisas de intenção voto, não compareceu ao debate.

Um dos entrevistadores quis saber o que os candidatos achavam sobre o projeto de lei, que está no Congresso, que criminaliza a homofobia. Segundo o entrevistador, que estava ali para defender o ponto de vista das igrejas, o projeto quer “impedir os cristãos de manifestarem o livre pensamento de sua religião sobre o assunto”, ou seja a homossexualidade.

Usando a expressão “opção sexual” para se referir à homossexualidade, Plínio disse que não leu o projeto e respondeu de forma genérica:

"Sou contra qualquer forma de desigualdade e discriminação. Mas, essa parte de proibir os cristãos de dizerem o que pensam, dentro da nossa fé, não aceito. Eu não aceito que nós cristãos não possamos dizer que isso é um pecado, um erro. Isso é uma coisa. Outra coisa é perseguir, mexer, humilhar. Não se pode humilhar uma pessoa por causa da sua opção sexual.”
O candidato do PSDB, José Serra, que disse também não ter lido o projeto, referiu-se à homossexualidade como “preferência” sexual. Eis o que ele respondeu:

“Acredito que a questão da preferência sexual não pode ser objeto de discriminação, perseguição, humilhação, como disse o Plínio. Que as religiões tenham determinados princípios, crenças em relação a essa questão é perfeitamente normal, compreensível. Eles têm o direito de considerar que dentro de sua igreja deve-se pregar contra o homossexualismo, contra coisas que correspondem à sua fé, sua interpretação da fé. Não li o projeto. A minha preocupação é saber onde começa e até onde chega. Ele não pode proibir uma manifestação dentro de uma igreja.”

Mais adiante Serra acrescentou: “No Brasil tem até esquadrões para matar torturar, ou simplesmente agredir pessoas que tem preferências sexuais por quem é do mesmo sexo. É uma barbaridade. Isso é crime. Que uma religião não aceite a idéia do homossexualismo, que considere que deve pregar contra essa prática para seus fiéis é uma coisa, outra é a questão social que está envolvida, a questão da discriminação e até da violência.”


A candidata do PV, que é evangélica, não foi indagada diretamente sobre o tema. Mas procurou abordá-lo em outro momento, quando falava sobre a satanização que ocorre nos debates sobre aborto, homossexualidade e outros temas ligados a fé e comportamento. Ela disse: “Jesus sempre tinha uma forma de tratar com esses temas. Ele dizia: ‘vocês dizem que é assim e assado do ponto de vista religioso, eu, porém vos digo...’ Fico pensando qual seria o ‘eu, porém, vos digo’, em relação aos homossexuais. As igrejas tem o direito de se posicionarem, dizendo o que é pecado. No entanto, temos que ter um olhar de respeito. Ninguém pode exigir como parte da sua preleção o direito de humilhar e discriminar quem quer que seja e eu sei que não é isso que os padres e pastores estão reivindicando.”

Não sei aí quem é pior, se são os intérpretes de Deus, ou os candidatos Plínio, Serra e Marina. Não é implicância minha, mas faltou alguém falar no debate sobre direitos civis, direitos humanos, pois os discursos pautaram-se sempre na idéia de tratar os LGBT como "coitadinhos deles". "O que eles fazem, por OPÇÃO própria, é pecado. Mas, como nós somos "escolhidos" (e aí pode ser escolhido por Deus ou pelo voto), não vamos deixar que batam neles."

Faltou esclarecer que para ser Presidente da República não se pode transigir sobre certos assuntos, como moralidade pública - não roubar, racismo - não permitir qualquer discriminação em razão da cor da pele, sexismo - tratar igualmente homens e mulheres e homofobia - não permitir qualquer discriminação em razão da orientação sexual, inclusive a divulgação da idéia que homossexualidade é pecado).

Não sou um iluminado, nem escolhido, nem tive qualquer revelação, e tempouco vivo de dízimo. Diferentemente das Igrejas, não tenho isenção fiscal.  Mas, interpreto e sei bem identificar a homofobia embutida nas perguntas dos "escolhidos de Deus" e um compromisso frouxo e desinteressado, assumido pelos três candidatos, com o respeito aos direitos humanos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais.


Este debate me ajudou a decidir que não irei votar em nenhum dos três. Eles que fiquem com suas idéias de pecados e de opções. Eu quero para presidente quem tenha idéias e compromissos firmes de direitos humanos, de igualdade, de não descriminação, de não violência e de não preconceito. E que tenha coragem de dizer isto claramente, em alto e bom tom.

sábado, 21 de agosto de 2010

Olha para quem o seu voto pode entregar esta montanha de dinheiro por mês, durante quatro anos - versão feminina

O salario mensal de um deputado federal é R$ 16.512,00, além de outras verbas para auxilio moradia, verba indenizatória, 13o., 14o. e até 15o. salário. O valor total mensal bruto passa para R$ 39.390,00. Há também mais R$ 55.000,00 para pagar assessores, correio, telefone etc.
 Muito cuidado na hora de votar.

O que a Mulher Melão, a Mulher Pera e Tati Quebra Barraco poderão fazer na Camara Federal ou na Assembléia Legislativa? Eles não poderão tirar a roupa, cantar nem quebrar barraco. 
  
 

Olha para quem o seu voto pode entregar esta montanha de dinheiro por mês, durante quatro anos - versão masculina

O salario mensal de um deputado federal é R$ 16.512,00, além de outras verbas para auxilio moradia, verba indenizatória, 13o., 14o. e até 15o. salário. O valor total mensal bruto passa para R$ 39.390,00. Há também mais R$ 55.000,00 para pagar assessores, correio, telefone etc.
 Muito cuidado na hora de votar.
 
O que os cantores do KLB e Reginaldo Rossi poderão fazer na Camara Federal ou na Assembléia Legislativa? Eles não poderão cantar.
E Tulio Maravilha, Romário, Marcelinho Carioca e Vampeta? Eles não poderão jogar bola nem fazer embaixada.
E Tiririca, Taboré e Ronaldo Esper? Eles não poderão fazer palhaçada, desfile de moda nem pegar vaso no cemitério.
O que eles pensam? eles pensam?













quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Tiririca 2222 - Pior que está não fica! Fica sim.....

O palhaço Tiririca e todos os seus parceiros do partido da República deveriam ser punidos pela Justiça, com seus direitos políticos suspensos, e respondendo a um processo criminal e a outro civil público.

Como dizia um amigo de faculdade, na longínqua década de 80, "onde está escrito eu não sei, mas isto é crime e está errado". A razoabilidade e o bom senso gritam lá do fundo que o que este palhaço está fazendo no horário eleitoral gratuíto não é correto.

Ele não está sozinho, pois os clones de Enéas e outras figuras usam de outros expedientes igualmente odiosos para apresentar suas plataformas. Mas, o que Tiririca anda fazendo fere preceitos de respeito para com as instituições públicas brasileiras, como o da livre eleição, o do sufrágio, o da instituição da justiça eleitoral e, principalmente, a boa fé dos eleitores. Fere também a história do Brasil, que não mais do que há duas décadas restabeleceu o Estado de Direito, a duras penas, a custo de muitas vidas.

Depois dos longos anos de trevas iniciados com o golpe militar, pouco se teve de eleição livre no Brasil. Menos ainda sobre debate e liberdade de expressão. Muita porrada com muita tortura. Uma fase que envergonhou a história e o povo do Brasil.


Com o restabelecimento da democracia, do sufrágio e do fortalecimento das instituições do Poder Judiciário e do Ministério Público e dos movimentos sociais, surge este ser ignóbil, conhecido como "Candidato Tiririca", que se vale do horário eleitoral gratuito, para enlamear a imagem e a estrutura que sustenta a eleição livre no Brasil. Os eleitores, de boa fé, são ofendidos por seu deboche, achincalhe, desrespeito e vilania.

Ele não sabe para que serve ou o que faz um deputado federal, mas se oferece, a quem quiser saber, para que vá conversar com ele. E também afirma em alto e bom tom que, "pior do que está não fica".

Fica pior sim!. Se permitirmos condutas desta natureza, que agridem instituições caras ao país e à nação, ficaremos cada dia piores. A eleição virou motivo de chacota na sua campanha e o eleitor virou seu companheiro de palhaçada.

Nenhum programa de humor pode usar qualquer imagem de qualquer dos candidatos segundo a legislação eleitoral. No carnaval, desfile de escolas de samba que trazem figuras religiosas são muitas vezes censuradas por ofender a fé de um determinado grupo de fiéis. Assim também ocorreu com um pastor da Igreja Universal que andou chutando uma imagem de Nossa Aparecida, causando revolta para muitos devotos.

Mas, o Candidato Tiritica pode transformar o horário eleitoral em programa de humor, grosseiro, rasteiro, baixo, para arrancar risadas, como se estivesse num circo, cuja pipoca é o voto e o verdadeiro palhaço é o eleitor. 

Já pensou se ele ganhar a eleição? Imaginem este indivíduo discutindo no plenário da Camara dos Deputados questões como pesquisas de células tronco, orçamento federal, reforma política, reforma agrária, cotas para negros, casamento gay. Que opinião ele teria para cada caso?
Você confiaria seu voto a este palhaço?

sábado, 14 de agosto de 2010

Candidato ao senado pelo Acre sai na porrada ao vivo na TV com jornalista . Este é de luta!

Agora o Brasil vai para frente! Ninguém segura.

Tem alguns momentos de adversidade na vida que, próximo do insano, já combalido de pressões, eu fico tentado a olhar a pena de morte como uma solução para nos livrarmos de algumas pessoas. Mas, logo depois, me bate à porta a realidade, e sua inevitabilidade, da convivência com o diverso. E eu, que sou um defensor da diversidade, me vejo por alguns momentos sucumbindo na luta, pois a diversidade de nível, de qualidade e de conteúdo nos cérebros humanos é demais para a cabeça e causa adversidades.

Vejam o vídeo abaixo, em que o candidato ao senado João Correia aparece lutando com o jornalista Demóstenes Nascimento, e imaginem este sujeito no plenário do Senado fazendo um pronunciamento. Imaginem ele sabatinando algum indicado pelo Presidente da República a ocupar uma vaga de Ministro no Superemo Tribunal Federal ou a presidência do Banco Central.


Àqueles que estão com a língua pegando fogo para falar mal dos políticos do Norte, ou do Nordeste, acautelem-se. Antes de falarem qualquer bobagem sobre o Acre, por causa destas cenas, fiquem sabendo que o baixo nível no debate político e nas entrevistas com candidatos e políticos já teve dias de glória em terras bandeirantes.

Os paulistas não têm do que se orgulhar, pois a locomotiva do Brasil já  fez escola nestes espetáculos deprimentes.  

Vai aqui uma sessão nostalgia política. O então candidato à presidência da República  Orestes Quercia, do PMDB de São Paulo, em 1994, também por muito pouco quase saiu na porrada com o jornalista Xavier do Estadão, no programa da Tv Cultura, Roda Viva.


Outro exemplo, é o caso do jornalista Lenildo Tabosa Pessoa, igualmente trabalhando para o centenário Estadão, que em 1987 perguntou a Leonel Brizola por que ele é chamado de Raton por Fidel Castro, coincidentemente no mesmo programa Roda Viva da Tv Cultura. Os dois episódios estão registrados neste vídeo aqui., que por uma incapacidade absoluta do blogueiro, não soube trazer o vídeo direto. Vai de link mesmo. Justiça seja feita, Leonel Brizola não é  Orestes Quercia e muito menos João Correia. Mas isto é outra história.


Leonel Brizola, e Lenildo Tabosa já estão recolhidos no sono eterno, mas Quercia está aí, para o Senado em 2010. Quem sabe ele faz uma dobradinha com João Correia, ou toma aulas de pugilismo com Eduardo Suplicy, Senador da República e pugilista, mas que não mistura uma coisa com a outra.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pastor evangélico que se passava por juiz recorre ao STF para sair da cana

Acaba de saír no site Jus Brasil Notícia uma materia que relata a prisão em flagrante e o pedido de Habeas Corpus do pastor evangélio José Medeiros Correa Filho, que se passava por juíz, usando inclusve documentos de identidade falsos, segundo denúncia do Ministério Público. Por esta notícia, nem o diabo esperava.

Será que ele, a exemplo do Ministro Medina do STJ, vai também ser condenado a se aposentar antes do tempo, com percepção de proventos de R$ 25.000,00 mensais?


link da notícia )

Acusado do crime de falsificação ideológica* por supostamente utilizar documento falso de magistrado, o pastor evangélico JMCF (José Medeiros Correa Filho) impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) o Habeas Corpus (HC) 105076, que pede para aguardar em liberdade o julgamento do crime pelo qual responde. Preso em flagrante no dia 15 de março de 2010, ele contesta decisão da Vara Criminal do Fórum de Campo Limpo Paulista, Comarca de Jundiaí (SP), que manteve sua prisão cautelar.

JM (José Medeiros), que de acordo com o Ministério Público usaria cédula de identidade com sua foto, mas em nome de um magistrado afirma no HC que vem sofrendo manifesto constrangimento ilegal em razão de a juíza de primeira instância responsável pelo caso ter-lhe negado a liberdade provisória. Segundo José Medeiros Correa Filho, tal medida estaria violando expressamente o princípio constitucional da presunção de inocência.

Sustenta o pastor, com base na Constituição Federal e em precedentes do próprio Supremo, que a sua privação de liberdade não poderia ser admitida, tendo em vista que ainda não houve sentença condenatória transitada em julgado e, ainda, por ser ele réu primário, ter residência fixa e ocupação lícita e possuir bons antecedentes criminais. JMCF (José Medeiros Correa Filho) também ressalta o entendimento de que sua soltura não oferece perigo à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal.

Conforme o acusado, estando presentes os requisitos para a concessão de liberdade provisória, nada justificaria sua manutenção no cárcere, tendo em vista que a prisão sem condenação é medida extrema, que deve ser mantida apenas para casos gravíssimos, cometidos por pessoas de alta periculosidade e violentas.

O pastor também aponta a presença dos pressupostos autorizadores de concessão de liminar ("fumus boni iuris" - fumaça do bom direito e periculum in mora - perigo na demora da prestação jurisdicional), fazendo referência ao artigo 649 do Código de Processo Penal, que prevê rápida atuação jurisdicional para cassar medida judicial. É ilógico manter o paciente preso, em uma cadeia superlotada de presos de alta periculosidade, frisa o acusado.

Pedidos
Por meio do HC, o pastor pede ao STF a concessão de liminar para que seja expedido alvará de soltura a fim de que possa aguardar em liberdade o julgamento definitivo de seu processo. No mérito, J.M.C.F. solicita a manutenção da decisão cautelar.
A relatora do processo é a ministra Ellen Gracie.

* Crime previsto no Código Penal, artigo 297 (falsificação de documento público), combinado com os artigos 304 (fazer uso de papéis falsificados ou alterados) e 69 (concurso material, ou seja, quando o agente pratica dois ou mais crimes).

Na Suécia, o casamento gay é celebrado até pela Igreja Luterana. Parada Gay de Estocolmo foi um sucesso.

Na semana retrasada foi realizada a Parada do Orgulho Gay de Estocolmo, a capital da Suécia. O jornalista e escritor Roldão Arruda (foto ao lado) foi convidado pelo governo sueco a participar dos eventos da semana da diversidade, juntamente com outros jornalistas internacionais. Estes convites são feitos a profissionais especializados em Direitos Humanos, e visam dar publicidade ao tratamento que o país dispensa para as questões referentes aos direitos de gays, lésbicas, bisexuais, travestis e trangeneros.

Um pequeno relato da viagem de Roldão foi publicado no caderno "Aliás" da edição dominical do jornal O Estado de São Paulo, neste domingo, 08.08.2010. O que de início chama a atenção foi sua afirmação de que "quanto mais profunda a cultura democrática, maior a exigência de que o Estado trate os cidadãos de maneira igual."

A Suécia foi descrita como "o país mais democrático do mundo, segundo ranking construído pela respeitada revista britânica The Economist a partir de cinco critérios básicos: o processo eleitoral e o pluralismo, as liberdades civis, o funcionamento do governo e a participação e a cultura política."

Outra importante notícia trazida na matéria foi a de que a Igreja Luterana da Suécia, a de maior abrangência no país, agregando 77% do total de pessoas filiadas a alguma religião, também começou a realizar casamentos religiosos entre pessoas do mesmo sexo. Segundo declarou a bispa luterana Eva Brunne (foto ao lado) a Roldão Arruda: "Não se pode ler a Bíblia hoje com os mesmos olhos e os mesmos conceitos de 2 mil anos atrás". A bispa é lésbica e casou recentemente.

A matéria do "Aliás"  também destaca que "os suecos discutem e tratam a questão dos gays e de outros grupos sociais sob o foco dos direitos civis."
No desfile da abertura da parada, havia vários grupos representando os diversos setores da sociedade. Entre os mais aplaudidos estavam os blocos das Forças Armadas suecas e o da polícia. O grupo mais festejado da parada foi o dos pais que manifestam orgulho dos filhos gays.

O jornalista encerrou a matéria com certa ironia, afirmando que "nada indica que essas mudanças estejam ameaçando a ordem, o parlamentarismo ou as tradições. A família real continua firme e sem nenhum poder em seu palácio residencial nos arredores da capital. A Fundação Nobel escolhe e premia anualmente as melhores cabeças do planeta. Os casais heterossexuais procriam normalmente, até num ritmo maior que de seus vizinhos: a taxa de fertilidade sueca é das mais altas da Europa."

Ou seja, a Suécia não vai acabar por que os direitos dos LGBT são respeitados.

Clique aqui para o  inteiro teor da matéria do caderno "Alias".


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Comissão do Conselho de Justiça Federal recomenda mais rapidez aos Desembargadores Federais de São Paulo


http://4.bp.blogspot.com/_HBH6vP7SUdw/TCU2BzHJgXI/
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Estou de alma lavada e enxaguada. Sou advogado em São Paulo há mais de 25 anos e acabo de ser presenteado com um levantamento elaborado por uma comissão encarregada do Conselho da Justiça Federal, para verificar como anda a Justiça Federal em São Paulo. Este relatório vem provar como eu tenho exercido minha advocacia nos últimos anos, com um serviço da Justiça Federal em São Paulo que não é capaz de atender satistoriamente àqueles que recorrem ao Poder Judiciário Federal. Este levantamento já veio tarde. Agora, só falta o Presidente do STF pedir desculpas em alto em bom tom, para todos os advogados e jurisdicionados, por esta situação e pelos problemas que causou. Afinal, até o papa anda pedindo desculpas e reconhecendo os erros da Igreja, mesmo que timidamente.

Os advogados são no mais das vezes responsabilizados pela demora do andamento dos processos, sendo sabido que, na verdade, a responsabilidade deve recair sobre a estrutura do Judiciário e sobre a cultura que impregna os magistrados de distanciamento dos problemas de seus jurisdicionados. Estou contente de ver que o Conselho da Justiça Federal está pondo o dedo na ferida, doa a quem doer.

Os quatro juízes e 21 servidores que inspecionaram processos e serviços dos 43 desembargadores do Tribunal Regiona Federal, em São Paulo, por dez dias em março, não gostaram do que viram. Para mim, isto não é novidade. Há um atraso de pelo menos 91 mil ações que já deveriam ter sido resolvidas, por determinação do Conselho Nacional de Justiça na chamada Meta 2, consistente de que até 31 de dezembro do ano passado, todos os processos ajuizados até 2005 deveriam ser julgados. Hoje mesmo recebi uma publicação de um acórdão que foi recentemente julgado, de uma ação que ajuizei em 1998. Doze anos.

Segundo o relatório, foram encontrados processos em que se passaram mais de dez anos sem análise de mérito depois da concessão da medida cautelar. A comissão também incumbiu os desembargadores e juízes convocados de colocar em ordem os próprios gabinetes, turmas e seções. A quantidade de processos tramitando chamou atenção. “A quase totalidade dos gabinetes sequer consegue, por deficiências no sistema, aferir com rigor o próprio acervo de processos em tramitação ou de feitos aguardando decisão interlocutória, decisão liminar, de antecipação de tutela ou julgamento”, diz o relatório feito pelos juízes federais Ávio Novaes, Élio Filho, Cesar Fonseca e Saulo Bahia, e corroborado pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, corregedor-geral da Justiça Federal. 

http://1.bp.blogspot.com/_9UvlXxS0ulM/Sktsc
DTv4tI/AAAAAAAAHss/rmu0J_9l2Z0/s320/DSC_3452.jpg
Quanto à Meta 2, os campeões de atraso são os desembargadores Newton de Lucca, com estoque, até a data da correição, em 6,6 mil recursos, Leide Polo, com 4,6 mil, e Nelson Bernardes e Peixoto Júnior, ambos com 4 mil cada um. O desembargador Newton de Lucca é Diretor da Escola da Magistratura da Justiça Federal, motivo de ressalva no relatório, por suas excessivas atribuições. Estas informações foram retiradas da revista jurídica eletrônica CONJUR - Consultor Jurídico, cujo link está aqui , matéria assinada por Alessandor Cristo.
Estou com vontade de chamar todos os meus clientes, e entregar para cada um deles uma cópia do relatório. Depois, ir para um happy hour, com outros colegas advogados e advogadas, e sonhar com dias melhores para minha combativa advocacia.

Se tiver mais interesse leia a nota do site do Conselho da Justiça Federal que dá notícia sobre o relatório aqui