sábado, 17 de dezembro de 2011

Dia 17 de dezembro será lembrado como o dia que as duas bichas foram para o céu.

Que me perdoe minha querida prima Elizabeth, que nasceu no dia 17 de dezembro, mas de um tempo para cá eu não gosto mais da data do seu aniversário. E isto náo é nada pessoal.  

Na minha família o final do ano foi sempre marcado pelos aniversários dos parentes sagitarianos. Meu avô paterno nasceu no dia 28 de novembro, e assim também meu pai nasceu no dia 12 de dezembro. Depois foi minha irmã Eliana que nasceu no dia 29 de novembro e, um ano depois, eu nasci no dia 30 de novembro. Vejam que coincidências.

Mas elas não acabam por aqui não. Dez anos depois, nasceu o meu irmão Evandro, no dia 28 de novembro de 1970. Então lá em casa, nunca tivemos uma festa de aniversário personalizada. Mas, quer saber? eu adorava festejar aniversário com meus irmãos. Se eu tinha algo diferente das demais pessoas, era a minha data de nascimento, em carreira com a dos meus irmãos.

Depois de todos estes nascimentos então veio a Inara, minha prima mais nova - hoje já quase quarentona - que nasceu no dia 15 de dezembro. Como se vê, os sagitarianos são maioria absoluta lá em casa. Meu pai e meu avô já se foram, mas mesmo assim continuamos mandando nos demais do Zodíaco.

Mas, voltando a minha conversa sobre o dia 17 de dezembro, outros fatos também ocorreram que o tornaram uma data ruim de ser lembrada, apesar do aniversário da prima Bete. Meu pai foi operado do coração para uma revascularização nesta dia, lá pelos idos de 1995. Tá certo que a cirurgia foi um sucesso, mas o clima foi muito tenso e todos na família ficamos tristes e apreensivos.

Assim também, nesta data e ano, minhas primas Sonia e Inara sofreram um acidente automobilístico muito grave na Via Dutra, em Vilar dos Teles, no Rio de Janeiro, que quase levou as à morte. Ainda hoje Inara sofre as consequências deste acidente ao caminhar. A ex companheira da minha prima Sonia teve uma perna amputada. Como se vê, é um dia bem macumbado.

No dia 17 de dezembro de 2008 fui ao Rio de Janeiro para acompanhar o enterro do meu querido primo Claudio, que faleceu inesperadamente com um enfarte fulminante, aneurisma da aorta.


Agora, depois desta coleção de desgraças e tristezas que me causam preocupação quando se aproxima o dia 17 de dezembro, leio chocado nos sites de notícias da internet que hoje duas grandes personalidades brasileiras do mundo das artes morreram neste sábado: o ator e diretor Sergio Brito, com 88 anos e o carnavalesco Joaosinho Trinta com 78 anos.


Parece que 17 de dezembro é um dia ruim mesmo. Tanto pelos acontecimentos familiares, como pelas mortes de Sergio Brito e Joaosinho Trinta. E agora? como vamos fazer sem os dois? 

Tanto Joãosinho Trinta como Sergio Brito assumiram publicamente sua homossexualidade, e Joãosinho Trinta era ousado e tinha uma certa identidade pelas ações da militância do movimento Lgbt. Apoiava as grandes campanhas e causas pela cidadania dos gays.

Que pena que estes dois artistas gays brasileiros tenham saído de cena.

Uma justa e sincera homenagem à memória de ambos.


PS. - Recentemente fiquei sabendo que no mesmo dia 17 de dezembro a cantora caboverdiana Cesaria Evora faleceu em decorrência de problemas cardíacos. Lamentei muito o silêncio da sua voz. Grande intérprete, com fala mansa e doce. Um sotaque delicioso de ser ouvido. Nosso luto está sendo  bem demorado, pois foram muitas e grandes as perdas. .  

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

As mina e eu.

Esta foto foi tirada durante a Conferência Estadual LGBT de Sáo Paulo, em outubro passado. Estava bem acompanhado com estas beldades. Gente corajosa e que se assume. Valeu o registro. Tava tudo de bom.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mais uma gatunagem de cinco milhões de reais na Justiça do Trabalho.

Amigas e amigos leitores, a notícia abaixo de que uma servidora da 2a. Vara de Justiça do Trabalho de Brasília,  é acusada de envolvimento em uma fraude de 5 milhóes de reais é estarrecedora. Ela foi publicada no site Consultor Jurídico (clique aqui para ler diretamente no site).

A gatuna servidora pública federal da Justiça - que eu náo sei por que motivo náo teve seu nome publicado - trabalhava no balcáo, atendendo aos advogados que solicitavam verificar os autos dos processos da 2a. Vara. As apurações da PF apontaram que a funcionária transferia o dinheiro de depósitos judiciais para a sua conta bancária, a do companheiro e a de familiares e amigos. O próprio diretor da secretaria da 2a. Vara também foi afastado por razões de "cautela" segundo declarou o presidente do Tribunal Regional do Trabalho, que não afasta o envolvimento de outros servidores.

O que mais me causa repulsa e nojo é que a servidora náo está presa. Está afastada, continua ganhando salário, e foi afastada para averiguações, sendo que um processo disciplinar foi instaurado para apurar sua conduta. Foram encontrados mais de 10 carros no seu nome e do seu companheiro. Além disso, conforme menciona a notícia, quem se sentir fraudado poderá promover ação contra a Uniáo Federal.

Dá para acreditar numa coisa dessas? Por que a devolução não vai ser imediata, uma vez que já descobriram a fraude, e as vítimas sáo jurisdicionados de boa fé? Náo bastasse a dor de ter que propor e esperar pela açao trabalhista, agora tem que propor ação contra a própria Justiça ( União Federal )? aonde nós vamos parar?

As pessoas buscam a justiça para ver solucionado um caso de violaçao de direito e a servidora da justica, ou servidores, sabe-se lá,  é a nova ladras que, pela segunda vez, prejudicam o reclamante. E o presidente do Tribunal ainda tem coragem de dizer que "estamos todos envergonhados". Isto náo é suficiente! Isto é obrigação sentir vergonha.

Tem que pedir desculpas por todo o mal que tem causado em casos como este. Tem que devolver os valores desviados aos respectivos titulares imediatamente. Tem que pedir desculpas por que, apesar de gastarem milhóes em construção de palácios de tribunais e de foruns, milhões em salários e vantagens pecuniárias aos servidores, não são capazes de manter um sistem de controle efetivo contra ladronagem safada. Tem que pedir desculpas pelo absurdo de terem esta servidora trabalhando na Justiça do Trabalho.

Uma servidora nivel medio tem poderes ilimitados para movimentar depósitos judiciais. Esta é a nova versão pé de chinelo do caso Lalau?

A Justiça precisa ser criticada e exposta severamente, para que as mudanças sejam feitas imediatamente. Esta servidora, seu companheiro, parentes, amigos e até outros servidores envolvidos devem ir para a cadeia. Eu é que estou envergonhado.

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Suspeita de fraude
Servidora é acusada de desviar R$ 5 milhões

A Polícia Federal investiga um furto de pelo menos R$ 5 milhões por uma servidora da 2ª Vara do Trabalho, em Brasília. A fraude foi descoberta por acaso na última semana depois de uma advogada perceber uma movimentação atípica em um processo que ela acompanha e questionar o tribunal. As apurações preliminares da PF apontaram que a funcionária transferia o dinheiro de depósitos judiciais para a sua conta bancária, a do companheiro e a de familiares e amigos. A Corregedoria do Tribunal Superior do Trabalho já foi comunicada e irá acompanhar as investigações da PF e do próprio tribunal regional. As informações são do Correio Braziliense.

Os juízes do TRT pediram, nesta semana, o bloqueio dos bens e das contas bancárias da funcionária, do companheiro e de outros envolvidos na fraude. Pelo menos 10 carros foram localizados em nome do casal. Os magistrados aguardam agora documentos dos cartórios de registro de imóveis para impedir que qualquer operação de venda seja feita.

O presidente do TRT, desembargador Ricardo Alencar Machado, repassou as informações levantadas pela Corregedoria do tribunal à delegada da Polícia Federal Fernanda Oliveira, responsável pelo inquérito. Segundo o relatório, a servidora, que era cedida ao TRT desde 2002 pela prefeitura de Luziânia (GO), usou em benefício próprio a autorização que ela tinha dos juízes da 2ª Vara para administrar os processos. Ainda não é possível saber a extensão completa do rombo nem quantos processos foram prejudicados pela fraude.

A PF e o TRT ainda aguardam informações do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, responsáveis pelas liberações dos recursos financeiros. Há suspeita do envolvimento de outras pessoas no esquema, que permitiram o pagamento ao companheiro da servidora desempenhando papéis diferentes nos processos. Ora ele aparecia como advogado, ora como autor da ação, ora como beneficiário. Os documentos fraudados não foram detectados por ninguém nas operações bancárias.

Segundo as investigações do tribunal, a funcionária inicialmente privilegiou processos antigos em que advogados e os próprios beneficiários aparentemente abandonaram as causas. Mas, com o sucesso da fraude, a funcionária passou a atuar também em processos mais recentes, de acordo com as investigações. Como era ela a responsável pelo balcão da vara e por monitorar os processos, a servidora conseguia driblar a busca por informações por parte dos advogados criando sempre justificativas para a demora na liberação dos depósitos.


Colega exemplar

A funcionária, de 45 anos, era tida como exemplar e dedicada no trabalho. Segundo colegas, era a primeira a chegar e a última a ir embora da vara. No entanto, a melhora no padrão de vida chamou a atenção — alguns chegaram a comentar isso com ela. A resposta da servidora era de que tinha recebido uma herança milionária.

“Estamos indignados, envergonhados com o que aconteceu. Não é essa a nossa tradição como instituição”, disse ao Correio Braziliense o presidente do TRT, Ricardo Alencar Machado. Segundo ele, todas as medidas foram tomadas o mais rapidamente possível para evitar um dano ainda maior. A funcionária foi afastada e responde a um processo administrativo disciplinar. O diretor da 2ª Vara do TRT também foi afastado como medida preventiva. “Ela parecia ter a certeza da impunidade. Traiu a confiança dos servidores públicos e do tribunal”, acrescentou o presidente do TRT. O presidente não descartou a hipótese do envolvimento de outros funcionários. Afirmou que designou uma equipe externa à unidade para trabalhar na apuração do caso. “Vamos apurar a responsabilidade funcional de todos, mas para o futuro temos que trabalhar para aperfeiçoar nossos mecanismos e travas de segurança”, analisou Alencar Machado.

Quem foi lesado pela fraude poderá ingressar com ação contra a União, já que o tribunal é de responsabilidade federal.

Revista Consultor Jurídico, 10 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Partido político PSC faz propaganda moralista e homofóbica, e é denunciado por fazer caixinha com salário de servidores. Será que a família sabe?

Acaba de ser publicada no site do Congreso em Foco (clique aqui para ler no site diretamente) de hoje, 05.12.2012, noticia de que o Partido Social Cristão teria demitido um servidor ocupante de cargo de confiança por ele ter se negado a pagar uma caixinha no valor correspondente a 5% de seus salário para custear despesas do partido. Isto é Cristão? isto é Social?

Seguem abaixo a matéria que conta o caso com detalhes e também um artigo de autoria de Toni Reis, presidente da ABGLT que questiona a forma preconceituosa e conservadora que o Partido aborda a família e com realiza exclusões dos LGBTs.

A pergunta que náo quer calar:  A verdadeira família é  Pai + Mãe + Filhos + Amor + 5% ?

Esta é mais uma prova de que este moralismo nada mais serve do que de pano de fundo para encobrir uma forma de conduta inominável a abominável que ofende a moral e a ética republicana.

Abaixo a família dos 5%!


Servidor não paga caixinha e é demitido pelo PSC



A prova de que o pagamento dos 5% ao partido era obrigatório: Humberto Azevedo recusou-se a “contribuir” e Zequinha Marinho exonerou-o, explicitando a razão por e-mail,

Duas mensagens eletrônicas escritas pelo presidente do PSC no Pará e vice-líder da legenda na Câmara, Zequinha Marinho, comprovam que o partido obriga os funcionários vinculados ao partido a contribuírem com 5% dos seus salários para uma ‘caixinha’. Quem não paga é demitido. Foi assim com o assessor de imprensa Humberto Azevedo, que nunca foi filiado ao PSC. Contratado por Marinho para ganhar R$ 3.800 brutos, ele se negou a repassar R$ 190 ao partido. Foi mandado embora após decisão do diretório do Pará e agora exige indenização na Justiça.

Em mensagem para Azevedo em 30 de março deste ano, o deputado Marinho é claro. “Diante da impossibilidade de Vossa Senhoria autorizar o débito de 5% (…) do Partido Social Cristão, ficou determinada sua exoneração”, diz o presidente regional da legenda.

Como mostrou o Congresso em Foco na semana passada, o PSC exige que todo funcionário vinculado a ele, em todo o Brasil, pague 5% de contribuição partidária, mesmo que a pessoa não seja filiada. Uma resolução do TSE de 2005 proibiu o pagamento até de funcionários filiados a legendas.

O jornalista, que foi à Justiça exigir que o PSC lhe pague uma indenização de R$ 350 mil por danos morais e lucros cessantes,foi exonerado em 12 de abril. Ele recebia pressões desde que foi trabalhar com Marinho. Humberto Azevedo contou ao Congresso em Foco que, em dezembro de 2010, foi conversar com deputado, que lhe passou por escrito instruções do trabalho que deveria desenvolver.

O ex-assessor disse que, naquele momento, nada se falou de caixinha de 5%. O deputado disse ao site que sempre explica isso aos seus contratados: “Todo mundo entra sabendo”.

Não era o combinado

Azevedo conta que, depois de contratado, começaram comentários no gabinete de que ele teria que entregar parte de seu salário para o PSC. O assessor de imprensa disse que não havia combinado isso com o deputado e queria conversar com ele a respeito, mas que nunca conseguia ter esse diálogo. Em 24 de março, o jornalista era praticamente o único dos funcionários que ainda não tinha pago sua parte na ‘caixinha’ e, segundo e-mail da secretária Edilande das Dores, a Landi, insistia em conversar com o deputado. O vice-líder do PSC se irritou e, com letras em caixa alta, mandou um recado para Landi: “PEÇA AO HUMBERTO PARA PROVIDENCIAR COM A MAIOR BREVIDADE POSSIVEL, O DEPOSITO CORRESPONDENTE A 5% DO BRUTO QUE ELE RECEBE. OK?” Marinho foi enfático: “NAO POSSO PAGAR POR ELE, POIS JA PAGO SOBRE O MEU SALARIO”.

Sem o pagamento, dias depois o deputado demitiu o servidor, avisando-o por correio eletrônico dos motivos da exoneração, decisão que foi tomada pela Executiva Estadual do PSC paraense. Em entrevista ao Congresso em Foco, o vice-líder do PSC na Câmara admitiu que todo funcionário do partido é obrigado de fato a contribuir. E se não quiser? “Se não quiser, não vai, não aceita, não se mete em política”, respondeu Marinho, no plenário da Câmara na noite de terça-feira passada.

“UM HOMEM + UMA MULHER = AMOR.
ISTO É FAMÍLIA”

Será só isso?

Assisti indignado e entristecido a esta propaganda, desatualizada e preconceituosa do Partido Social Cristão (PSC), cuja definição de “família” é um homem, uma mulher e seus filhos, somente.

Entendo que esta é uma forma de família, a mais tradicional, que não deve ser desmerecida. No entanto, a propaganda exclui e é ofensiva às demais formas de família que sabida e comprovadamente existem. A propaganda está em compasso com uma ideologia excludente e discriminatória.

Segundo afirmação feita pela Organização Mundial da Saúde já em 1994, “o conceito de família não pode ser limitado a laços de sangue, casamento, parceria sexual ou adoção. Família é o grupo cujas relações sejam baseadas na confiança, suporte mútuo e um destino comum”.

A propaganda ignora os dados do último censo populacional que, entre outras estatísticas, aponta que 51% das pessoas de referência das famílias são mulheres, 17,1% das famílias são compostas por casais sem filhos e 17,4% por mulheres sem cônjuges mas com filhos. Inclusive até a família da presidenta Dilma foi excluída pela propaganda, visto que ela vive somente com a mãe e uma tia.

A propaganda, com seu raciocínio reducionista e binária, deixou de lado todas as outras composições familiares, que incluem as famílias recompostas, monoparentais, ampliadas, comunitárias... Ignorou a decisão do Supremo Tribunal Federal, de 05 de maio de 2011, que reconheceu unanimemente que os casais homoafetivos também formam entidades familiares.

Todas as pessoas têm o direito de liberdade de convicções pessoais, mas um partido político veicular este tipo de propaganda é atentatório aos princípios democráticos da igualdade, da dignidade humana e da não discriminação, entre outros.

Família, pode-se realmente afirmar, significa laços de amor, afetos e responsabilidades, sem exclusão e sem discriminação. Será que o PSC não deveria respeitar a Constituição Federal?

Toni Reis
Presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais




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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Santinha

No último dia 03 de novembro Marlene de Toledo Piza de Mello, 69 anos, viúva, faleceu na Cidade de Santos, depois de uma parada cardíaca. Ela era minha mãe.

Não é à toa que era conhecida desde pequena pelo apelido de família Santinha, pois era realmente uma mulher dócil, de fala mansa, extremamente discreta e educada. Incapaz de ofender ou de ser agressiva e grosseira com quem quer que seja. Simpática, Santinha gostava de uma boa prosa.

Santinha  deixou três filhos, Eliana, Eduardo e Evandro, dois genros, uma nora e 4 netos. Deixou também sua mãe Lucinda, de 93 anos, a irmã querida Marisa, cunhados e cunhadas e vários sobrinhos e sobrinhas. Não é facil fazer o obtuário da própria mãe, principalmente quando a dor e a tristeza se misturam com a saudade, mas tudo o que está sendo escrito não consegue ser suficiente para retratar sua vida.

Santinha morreu com um tumor no fígado, que a levou em pouco mais de 2 meses, desde a data dos primeiros sintomas. Não sofreu nem sentiu dores. Uma morte boa para uma boa e grande mulher. Sentimos muito sua falta e isto vai demorar para passar.

Tenho fé que um dia irei reencontrá-la num lugar melhor, numa vida melhor e de um jeito melhor. Quanto a ela, podera' continuar sendo a mesma. 

Marlene de Toledo Piza de Mello - Santinha
* 14.07.1942     + 03.11.2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fama de pegador boçal pode também prejudicar a imagem.

O jovem ator Caio Castro, o "Antenor" de Fina Estampa, acaba de cometer uma grosseria e boçalidade ao declarar em entrevista à revista Quem, de 23.11.2011 que “Se você não tem fama de pegador e é solteiro, fica com fama de veado. Então, antes pegador que veado, né?”.

Tá certo que o menino é novinho, não deve ter lá muito estudo, mas sendo uma celebridade, deveria ao menos cuidar para que assuntos como homossexualidade, religião e política devam ser tratados com certo cuidado.

Melhor seria se tivesse ficado calado. Qual o problema de ter fama de viado? a imagem? E aqueles que são viados e também seus fàs? Por outro lado, e a fama de grosseiro, preconceituoso, machista, homofóbico, não pode também prejudicar a imagem do bonitinho?

Eu, não gostaria de ter esta imagem por aí. O lazanha perdeu uma boa oportunidade de ficar calado.




terça-feira, 22 de novembro de 2011

UOL enfia pacote antivírus goela abaixo do assinante

Eu sou assinante do portal UOL Universo On Line desde 1996, quando dava meus primeiros passos rumo a navegação ampla na Internet. Desde então uso dois endereços, um para minhas atividades profissionais e outro para assuntos pessoais e de militância política.

Nunca tive lá muitos problemas com o UOL, mas também nunca precisei muito de seus serviços. No começo era mais difícil de trabalhar com eles e a prestação de serviços era ruim mesmo, mas isto era em todo local. Problemas com conexão, instalação, software e sistemas operacionais.

Aí, depois que as coisas melhoraram eles resolveram inventar uns pacotes. A gente compra uns pacotes e o custo é acrescido no valor da assinatura. Eu sempre tive bons pacotes mas sempre subutilizei-os. Pagava demais e usava pouco. E faiza isto meio de trouxa, sem saber direito. Quem se beneficiava mesmo eram as secretárias lá do escritório que ganhavam vantagens com redução do preço das entradas de cinema e teatro do Clube Uol. Eu mesmo nunca tirei vantagem de nada. 

Há cerca de uns 2 anos resolvi rever a conta do UOL, depois de muito ouvir de amigos e clientes que o valor estava alto demais, a velocidade da transmissão era pouca e eu poderia negociar melhor. Então, dadas as circunstâncias das vacas magras que se alojaram bem pertinho de mim, eu resolvi baixar o preço da assinatura. Então, depois de um longa maratona telefônica, e depois de explicar para mais de 10 pessoas que eu queria reduzir os pacotes, finalmente consegui atualizar a minha assinatura para algo bem mais barato e simples. A bem da verdade, nunca precisei muito dos serviços do UOL, nem dos seus pacotes. O que me interessa sáo os endereços eletrônicos, que os mantenho desde 1996.

Percebi, porém, que a vontade de enfiar os pacotes antivírus, back up e outras bugingangas do UOL está a pleno vapor. Noutro dia eu precisei ligar para lá, para pedir o envio do boleto, pois o meu havia se extraviado e a rotina foi a mesma. Primeiro foi um tal de me passar para setor disso, setor daquilo, setor de relacionamento, setor de falta de relacionamento, e coisa e tal. Depois de explicar que eu queria o tal boleto, e de eles me puxarem a orelha dizendo que eu poderia ter obtido o boleto pelo próprio site, finalmente fui atendido por uma moça bem gentil que me disse que estaria enviando o boleto por e.mail. No final, ela me perguntou se eu queria "degustar" um pacote antivírus/backup (degustar é usar gratuitamente) por um mês. 

De imediato eu disse que não queria o pacote, pois sabia como era o truque do pacote de graça. Você aceita o pacote gratuito, aí eles instalam, depois de 30 dias você não lembra mais disso, eles enttão passam a cobrar uns vinte pau da sua conta e isto fica para sempre por lá.  No meu caso, sei bem como isto funcionou anos a fio.

Eu recebi o tal boleto, paguei a conta e toquei a vida. Pois náo é que o UOL me liga outro dia pedindo para marcar uma data para instalar o pacote gratuito que eu havia autorizado? Eu expliquei para a moça que me ligou que eu náo tinha autorizado nada. E entáo ela me disse: entáo o senhor tem que ligar para a central e pedir o desligamento.

Puta que o pariu! Eu náo pedi aquela bosta de pacote, que daqui há pouco vai deixar de ser gratuito, e agora tenho que ligar para a tal Central para pedir o desligamento. Eu xinguei a moça, mas tive que ligar. Liguei e falei com Flávia, Carolina, Augusto e o raio que o parta. Finalmente consegui me ver livre de algo que nunca pedi.

Por que esta prática tão nociva não é penalizada de maneira mais contundente? Já pensou que a cada coisa dessas o prestador de serviços tenha que pagar uma multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)?

Com tanta coisa boa para escrever e falar e se preocupar, tenho que ficar aqui dando pau no UOL, da Folha de Sáo Paulo, que não tem rabo preso com ninguém, mas se bobear enfia no dos outros, de boa.

Chega!

domingo, 20 de novembro de 2011

A pergunta que não quer calar: ZUMBI ERA GAY?

Hoje, no dia de comemoração da Consciência Negra no Brasil, data que Zumbi dos Palmares foi assassinado em  1695, transcrevo abaixo o artigo do antropólogo Luiz Mott, que faz um questionamento sobre a possível homossexualidade de Zumbi dos Palmares, citando 5 (cinco) pistas nesta direção. Este artigo foi publicado em 1995, no terceiro centenário da morte de Zumbi, e teve reacões de alguns segmentos do movimento negro, revelando grande intolerância e homofobia de pessoas que, em tese, deveriam agir exatamente de forma contrária. Além de trazer questionamentos sobre a orientação sexual de Zumbi, este artigo é também um bom teste sobre a tolerância de lideranças do movimento negro. Qual o problema de Zumbi ter sido gay? Ele seria menos herói, menos negro, menos lider? Com certeza, a resposta será sempre não.

Este artigo foi republicado no livro do mesmo autor, Crônicas de um gay assumido, Editora Record, 2003, p. 155-160 e agora o faço aqui também em memória de Zumbi e em comemoração ao Dia da Consciência Negra no Brasil.

Viva Zumbi dos Palmares!


ERA ZUMBI HOMOSSEXUAL ?



Zumbi dos Palmares, lider quilombola e guerreiro negro.

Luiz Mott
(in Mott, Luiz. Crônicas de um gay assumido. Rio de Janeiro, Editora Record, 2003, p. 155-160)


Digo e repito: raramente foi Luiz Mott quem levantou a lebre pela primeira de que personagens históricos ou celebridades nacionais eram praticantes do amor que não ousava dizer o nome. Como leio muito, pesquiso sem parar e arquivo tudo o que encontro sobre homossexualidade, ao divulgar que Cássia Eller também gostava do babado, que Mazzaropi era gay, que Collor idem - estou simplesmente repetindo o que outros autores já publicaram em livros, revistas ou jornais ou faz parte de nossa história oral. Ontem mesmo tive uma enorme surpresa ao ler num jornal que um historiador mineiro declarou que Tiradentes também "jogava água fora da bacia" - embora ainda não tenha conhecimento de seus argumentos. Quem tiver alguma pista, me avise!

Com Zumbi a coisa foi assim: um famoso historiador gaúcho, Décio Freitas, autor de não menos célebre livro sobre o Quilombo de Palmares, declarou a outro historiador, Mario Maestri, especialista em escravismo colonial, que só não escrevia que Zumbi era gay porque tinha medo da reação do movimento negro.

Fiquei com a pulga atrás da orelha, pois nunca tinha imaginado que o herói negro pertencesse ao batalhão dos amantes do mesmo sexo. Comecei a pesquisar as biografias de Zumbi e acumulei 5 pistas que sugerem maior identificação de Zumbi como homossexual do que como heterossexual. Portanto, à indagação: era Zumbi Homossexual? a resposta é: provavelmente sim! Zumbi dos Palmares deve ter praticado “o amor que não ousava dizer o nome”.

Dispomos até agora de cinco pistas que sugerem sua homossexualidade, enquanto não há nenhuma prova definitiva de que o líder quilombola era heterossexual. Desafio qualquer historiador a comprovar, com documentos da época, que o maior herói negro das Américas teve alguma mulher ou filhos. Não passa de mera presunção e miopia sexológica imaginar que o simples fato de ter sido guerreiro valente serviria como prova de que sendo do sexo forte, gostava do sexo frágil. Ledo engano: o maior general da Antigüidade, Alexandre Magno, também foi grande em seu amor pelos rapazes. O famoso “Batalhão dos Amantes de Tebas”, todo ele formado de pederastas, destacou-se por sua inigualável valentia. Frederico o Grande da Prússia e Lawrence da Arábia, entre muitos outros, são exemplos mais recentes de que muitos homossexuais foram notáveis guerreiros. Portanto, não há qualquer incompatibilidade entre Zumbi ter sido guerreiro retado e amante do mesmo sexo.

Insisto: não havendo nenhuma prova da heterossexualidade de Zumbi, apresento aqui quando menos cinco pistas que sugerem que provavelmente Zumbi dos Palmares era “chibungo” (termo de origem angolana, corrente na Bahia atual, sinônimo de homossexual masculino). Tais indícios juntos valem mais do que documento nenhum sobre sua improvável heterossexualidade.

Primeira pista: não há evidência alguma comprobatória que Zumbi teve mulher ou filhos. Para um grande chefe guerreiro, a poligamia era privilégio indispensável. Ganga-Zumba, tio putativo de Zumbi, teve três mulheres, sendo duas negras e uma mulata. Porque Zumbi abriria mão deste cobiçado prêmio, considerando que devido à carência de mulheres, os quilombolas da Serra da Barriga tinham de contentar-se com uma mulher para vários homens? Como informa o historiador negro Joel Rufino, “os brasileiros sempre acreditaram que os negros famosos e ricos devem se casar com brancas”, tanto que autores mais românticos inventaram uma mulher branca para o líder dos Palmares. ”Legenda romântica...” conclui o mesmo autor.

Segunda pista: Zumbi era conhecido por um intrigante apelido: SUECA. Esta informação é confirmada por Clóvis Moura, outro respeitado historiador negro. Segundo o dicionarista Antônio Morais, que viveu em Pernambuco no século seguinte à epopéia palmarina, “sueca” já naquela época tinha o mesmo significado de hoje: “mulher natural da Suécia”. Por que um negão, valoroso guerreiro, seria chamado por nome feminino? Debaixo deste angu tem carne! Nesta mesma época encontramos alguns homossexuais denunciados à Inquisição Portuguesa que também eram chamados por apelidos femininos: “A Galega”, “A Bugia da Alemanha“, inclusive um sodomita negro do Benin que apesar do nome batismal de Antônio, jogava pedra em quem não o chamasse de “Vitória”. “Sueca” é apelido mais adequado para um hétero ou homossexual?

Terceira pista: Zumbi, que ficou coxo num acidente de batalha, descendia dos Jagas de Angola, etnia onde a homossexualidade tinha numerosos adeptos, os famosos “quimbandas”, conforme atestam contemporâneos da guerra dos Palmares, entre eles o Padre Cavazzi e o Capitão Cadornega. Se até em sociedades repressivas e anti-homossexuais o homoerotismo tem batalhões de adeptos, nada mais lógico que também no quilombo de Palmares, onde havia grande falta de mulheres, os “quimbandas” fossem aceitos com naturalidade, como ocorre em muitas comunidades onde há desequilíbrio dos sexos, e que Zumbi também fosse amante de um deles.

Quarta pista: Zumbi, descrito como possuidor de “temperamento suave e habilidades artísticas”, antes de fugir para o mocambo, até os 15 anos, foi criado pelo Vigário de Porto Calvo, Padre Melo, referido como “afeiçoado a seu negrinho”. Ora: nos tempos inquisitoriais a homossexualidade era chamada, com razão, de “vício dos clérigos”, tantos eram os padres envolvidos com as práticas homossexuais. 1/3 dos condenados pela Inquisição pelo pecado de sodomia eram padres. Muitos destes tendo como cúmplices exatamente seus escravos , crias da casa. Os retornos de Zumbi à casa de “seu” padre, depois de tornado quilombola, revelam uma relação profunda que superou as diferenças de raça, classe e idade. “Diz-me com quem andas, que direi quem és...” diz o ditado popular.

Quinta pista: dizem os estudiosos que Zumbi, ao ser preso e executado, a 20 de novembro de l695, foi degolado “sendo castrado e o pênis enfiado dentro da boca”. Macabra coincidência: o Grupo Gay da Bahia dispõe de um volumoso dossier de assassinato de homossexuais brasileiros, onde constam 5 gays, dois em Alagoas, o mesma região onde castraram Zumbi, que foram encontrados mortos exatamente como o chefe quilombola: com o pênis dentro da boca. Uma forma antiga e simbólica de humilhar os “falsos ao corpo” que por não terem usado adequadamente seu falo, tornaram-se merecedores de engoli-lo na hora da morte.

Enquanto não se provar o contrário, com o exigido rigor documental, estas cinco pistas permitem-nos afirmar que o grande Zumbi dos Palmares provavelmente era amante do mesmo sexo. Longe de desmerecer a valentia do maior líder negro do Novo Mundo, tais pistas aumentam-lhe a glória, pois ainda hoje, só cabras muito machos têm a coragem de assumir o amor por outro homem. Baseando nestes fortes indícios, o Movimento Homossexual Brasileiro participou orgulhoso e solidário, ao lado de todos os negros, mestiços e brancos anti-racistas, das comemorações do terceiro centenário da morte de Zumbi (1995) herói negro e provavelmente, depois de Alexandre Magno, o homossexual mais valente de toda História Universal.

Post Scriptum: Por causa deste artigo, publicado em diversos jornais na época daquelas celebrações em 1995 , os muros de minha casa foram pichados e os vidros de meu carro quebrados por alguém que considerou um ultraje um herói negro ser amante do mesmo sexo. Vários líderes negros me condenaram por estar "denegrindo" (sic) a imagem do líder quilombola, outros chegaram a dizer que homossexualismo era coisa de branco e que não existiam gays e lésbicas na África.

Felizmente fui apoiado por grande número de intelectuais e políticos, negros inclusive, que consideraram politicamente incorreta a reação machista e preconceituosa destes negros opondo-se à possibilidade de Zumbi ter sido gay e absolutamente condenável a violência cometida contra mim. Estas reações negativas comprovam o acerto da pesquisa da Data-Folha divulgado no primeiro capítulo deste livro: os negros e afro-descendentes são mais conservadores sexualmente do que o resto dos brasileiros. Conservadorismo ao menos na teoria - e na falação - pois na prática, tenho minhas dúvidas, pois a quantidade e soltura dos gays, lésbicas, travestis e bissexuais negros contradiz a sexofobia e homofobia manifestadas no tricentenário de Zumbi.

Luiz Mott

luizmott@oi.com.br
Fone: [71] 9128.9993 - 3328.3782



quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Relato de um advogado militante LGBT. Assim se faz história.

Casamento Civil entre Pessoas do Mesmo Sexo: uma questão de luta e de direito


Gustavo Bernardes*


Ontem (25/10/2011) o Superior Tribunal de Justiça, STJ, reconheceu, por 4 votos a 1 o direito ao casamento civil a um casal de mulheres lésbicas do Rio Grande do Sul. A decisão, embora não tenha efeito vinculante servirá como paradigma para as justiças estaduais e permitirá que os demais juízes julguem no mesmo sentido.

Essa é, sem dúvida uma grande vitória para o movimento LGBT brasileiro, não só pela confirmação de que a Justiça segue no caminho do reconhecimento dos direitos das minorias como fez o Supremo Tribunal Federal ao julgar a união estável, mas também por essa ser uma ação que partiu do próprio movimento civil organizado.

Quero com esse pequeno artigo render aqui uma homenagem ao SOMOS – Comunicação, Saúde e Sexualidade, grupo do qual tive a honra de participar e coordenar sua assessoria jurídica por cerca de 7 anos e contar um pouco como se deu a construção dessa vitória. Compartilho aqui todo o andamento do processo até a decisão do dia 25/10, faço isso como forma de incentivar que os militantes LGBT ousem, vejam além do que está posto e escrito na Lei.

Tudo começou quando li um artigo do juiz Roberto Lorea a respeito da possibilidade de casamento entre pessoas do mesmo sexo. O texto provocou em mim um incômodo muito grande pois, talvez pela minha formação positivista, eu achava que se o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo não estava previsto na legislação, ele não poderia ser admitido pelo Poder Judiciário.



Logo do Grupo Somos

Depois de muita reflexão e estudo a respeito da jurisprudência já existente a respeito das uniões estáveis (o artigo 1723 do Código Civil que trata das uniões estáveis também fala que a união estável se da entre homem e mulher e no entanto os Tribunais entendiam que as uniões estáveis também se aplicavam para pessoas do mesmo sexo) e das legislações existentes consideramos, na assessoria jurídica e na direção da entidade que uma ação nesse sentido seria viável e importante não só pelas possibilidades jurídicas mas também pela possibilidade de provocar um debate na sociedade a respeito do tema.

Contudo, nos deparamos com um problema grave: não tínhamos casais de mesmo sexo dispostos a enfrentar um processo tão ousado e que os deixaria tão expostos a mídia. Dentro do próprio SOMOS não havia militantes dispostos a “encarar” o desafio.

Numa tarde eu estava fazendo atendimento jurídico no SOMOS e surgiu um casal com um problema. Um deles era brasileiro e outro inglês. Eles precisavam do reconhecimento da união deles no Brasil para que o estrangeiro pudesse obter o visto de permanência definitivo no país. Falei para eles das possibilidades jurídicas para a solução do problema e por último, sem esperanças, falei da ação que estávamos pensando. Para minha surpresa ambos aceitaram o desafio e iniciamos o processo.

Solicitei todos os documentos necessários para o casamento e montei a ação que tinha como principal argumento o princípio que diz: “nas relações privadas o que não está proibido é permitido”. Com esse argumento fundamental eu justificava que o Código Civil Brasileiro, no seu artigo 1521 determina quem não pode se casar. Nessa relação do artigo 1521 não constam as pessoas do mesmo sexo, ou seja, não há proibição expressa para o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

A elaboração do processo não foi fácil. Não achei qualquer modelo para a ação. Não tinha certeza sobre que tipo de pedido fazer, nem mesmo sobre como chamar a ação. Optei por chamar de Ação para Habilitação ao Casamento Civil e Consequente Expedição de Certidão.


Gustavo Bernardes
Montado o processo entramos com a ação na Vara de Registros Públicos de Porto Alegre. Para nossa surpresa, pouco depois, o juiz se julgou incompetente para julgar o processo e remeteu o caso para a Vara de Família. A juíza da Vara de Família, por sua vez, também manifestou-se pela sua incompetência para julgar a ação. O processo foi submetido ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que determinou que a competência para o julgamento da ação era da Vara de Registros Públicos, contudo, ressaltou que os autores deveriam antes tentar buscar o casamento junto ao cartório de registro civil.

Neste processo o casal de autores da ação desistiu de prosseguir com a mesma.

Ficamos mais uma vez sem um casal que aceitasse o desafio de buscar junto ao Poder Judiciário o direito ao casamento civil.

Nesse momento, conversando com meu companheiro na época, resolvemos entrar com uma ação buscando o nosso direito ao casamento civil. Providenciamos a documentação, certidões de nascimento atualizadas, declarações de testemunhas dizendo que não éramos casados, comprovantes de residência, etc.

Antes de entrarmos com a ação buscamos o cartório de registro civil, conforme o Tribunal de Justiça havia recomendado no processo anterior. Pedi que meu estagiário fosse até o cartório e levasse a documentação para o casamento. Cerca de duas horas depois meu estagiário me ligou dizendo que haviam recusado nossa documentação no cartório. Fui até o Cartório e esperei o Tabelião para tratar do caso. Precisava ao menos da negativa dele para que pudesse comprovar no processo que eu havia atendido a recomendação do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. O Tabelião atendeu a mim e ao meu estagiário como se nós dois fossemos os demandantes do casamento. Disse que já havíamos conseguido direitos suficientes e que se ele admitisse aquela solicitação ele seria motivo de “chacota” no Tribunal de Justiça. Eu disse que não havia problema que ele pensasse daquela forma mas que eu precisava da negativa por escrito para que eu pudesse comprovar junto ao Tribunal de Justiça. O Tabelião se negou a fornecer uma declaração em que negava nosso pedido.

Procuramos então outro cartório e mais uma vez fomos motivo de deboche e também não atenderam a nossa solicitação de que a negativa nos fosse entregue por escrito.

Voltamos ao SOMOS e construímos a petição inicial relatando a nossa experiência junto aos cartórios. Entramos com a ação em março de 2008. O Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul emitiu um parecer confuso que era aberto com uma frase do Padre Antônio Vieira, falava nas novas configurações familiares mas concluía sugerindo que o direito fosse negado.

O Juiz de primeiro grau prolatou uma sentença de duas páginas dizendo em síntese que o casamento era entre homem e mulher.

Recorremos ao Tribunal de Justiça. O processo entrou na pauta no dia 11 de setembro de 2008, chovia muito em Porto Alegre. Na plateia, além da minha mãe, meu companheiro, meus colegas do SOMOS, professores universitários e a imprensa. Eu estava nervoso, estava atuando em causa própria e assumindo minha orientação sexual perante o Tribunal de Justiça. Todos elogiavam minha coragem e eu dizia que não fazia aquilo por coragem mas sim por coerência. O Desembargador relator votou pela impossibilidade jurídica do pedido. O Presidente da Câmara, Desembargador Rui Portanova, numa tentativa de convencer o terceiro desembargador pediu para votar antes e proferiu um voto memorável em favor dos Direitos Humanos, da igualdade e do pluralismo. Falou da responsabilidade social do Poder Judiciário. Tenho certeza que esse voto influenciou depois o voto do Ministro Aires Brito quando da votação do reconhecimento da união estável homossexual pelo Supremo Tribunal Federal.

O último desembargador a se manifestar votou, como esperado, contra a possibilidade do casamento civil para pessoas do mesmo sexo. Ficamos frustrados, sem dúvida, mas conforme havíamos previsto o julgamento gerou um enorme debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Demos muitas entrevistas, recebemos ligações de todo o Brasil. Muitos professores universitários se ofereceram para ajudar a fazer os recursos especial e extraordinário.

Meu companheiro se assustou com a repercussão, ele não tinha dimensão do quanto o caso seria polêmico. Para piorar ele recebeu uma ligação de um parente dizendo que tinha vergonha dele e que ele não usasse mais o sobrenome da família.

Elaboramos um recurso especial e outro extraordinário colocando toda a jurisprudência da união estável, juntamos tratados internacionais, legislação, etc.

Em 2009 os recursos ainda não haviam sido julgados quando eu e meu companheiro nos separamos e resolvemos desistir do processo.

Assim, ficamos mais uma vez sem um casal disposto da dar sequencia a um processo de casamento. Foi então que no início de 2009 fomos procurados o K. O. e L.P. duas mulheres lésbicas que acompanharam o processo anterior pelos jornais e que também queriam buscar a possibilidade de casamento civil.

Elaboramos a inicial do processo, juntamos a documentação e ingressamos novamente com a ação para Habilitação ao Casamento Civil. Novamente o juiz de primeiro grau indeferiu o pedido. Apelamos ao Tribunal de Justiça e, dessa vez o processo foi parar numa Câmara mais conservadora do Tribunal de Justiça. Fiz a sustentação oral, dessa vez mais seguro e me antecipando já aos argumentos que os desembargadores usariam. A sustentação oral que construímos na assessoria jurídica do SOMOS foi elogiada mas não sensibilizou os desembargadores que por unanimidade negaram o pedido dizendo, em síntese, que ao aceitar o pedido das partes o Poder Judiciário estaria invadindo a competência do Poder Legislativo. Mas o que mais me surpreendeu naquela audiência foi a manifestação do Ministério Público Estadual que disse, em suma, que se o caso fosse admitido abriria um precedente perigoso pois poderíamos voltar ao Poder Judiciário mais tarde para pedir o casamento entre três, quatro ou cinco pessoas.

Elaboramos o recurso especial onde reafirmamos que o Código Civil Brasileiro não proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo e que o reconhecimento da possibilidade de casamento civil entre homossexuais já vinha se afirmando nas próprias jurisprudências dos tribunais. Além disso, destacamos que a decisão da Justiça Estadual incorreu em negativa de vigência dos artigos 1521 e 1523 do Código Civil Brasileiro.

Em dezembro de 2010 renunciei ao processo para assumir um trabalho novo no Governo Federal e pude acompanhar o final do processo através do contato que mantenho com as autoras que hoje são minhas amigas. O final exitoso foi resultado de um trabalho que envolveu estudo, persistência e crença numa causa e na Justiça.

Hoje é necessário que acompanhemos a repercussão do julgamento do STJ nos estados e que lutemos para que as corregedorias de justiça recomendem que os cartórios de registro civil possibilitem o casamento civil direto entre pessoas do mesmo sexo, caso isso não aconteça vamos persistir pois um primeiro caminho já foi aberto, vamos segui-lo a até construir outros.


* Militante de Direitos Humanos e LGBT; advogado que ingressou com a ação para habilitação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Eliana Calmon - uma juíza porreta.

A ministra do STJ Eliana Calmon, que atualmente exerce o cargo de Corregedora  Geral de Justiça do Conselho Nacional de Justiça CNJ acaba de fazer uma declaração bombástica numa entrevista que concedeu a Associação Paulista de Jornais APJ ,clique aqui para ler,   ao afirmar que:

"A magistratura hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga"

o que tem lhe rendido muitas críticas por parte de vários setores do Judiciário brasileiro, pródigo em seu corporativismo, e elogios por parte da Ordem dos Advogados do Brasil OAB.

Acho que há muito estou a espera de uma declaração desta grandeza profética, que seja capaz de desmascarar e trazer para o claro a verdadeira face de parte do Judiciário. Melhor ainda pois veio da maior autoridade do Judiciário para falar sobre os magistrados, que é a Juíza Corregedora Geral de Justiça do Conselho Nacional de Justiça, órgão de controle do Judiciário.

Em recente artigo publicado pela Revista Eletrônica Consultor Jurídico, o presidente da Secção Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil, Wadih Damous, emite opinião no sentido de as palavras de Eliana Calmon revelam o que alguns juízes não querem ver, clique aqui para ler diretamente no site.

Segue abaixo o inteiro teor de seu artigo para deleite e como bom auspício de um final de semana prazeiroso a qualquer cidadão. Aos poucos alguns juízes vão sendo obrigados a ver o que não querem ver.


Eliana Calmon disse o que alguns juízes não querem ver


Por Wadih Damous

A ministra Eliana Calmon falou o óbvio. Ao se manifestar sobre o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade, em que a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) pretende diminuir os poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra disse que tal demanda é “o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga”.

Até o mais desatento leitor percebe que a ministra falou de um problema evidente, ou seja, que, na magistratura, existem os que praticam desvio de conduta, como aliás há, infelizmente, em qualquer outra profissão.

A frase teria passado despercebida, mas foi repreendida de forma virulenta pela AMB, por alguns tribunais e pela maioria dos membros do CNJ, que acusam a ministra de ter passado a ideia de que todos os magistrados são bandidos.

Não consigo compreender esse repúdio. Está claro que a ministra, ao dizer que há bandidos infiltrados na magistratura, não está falando de todos os juízes, mas sim que, entre eles, existem malfeitores. A ministra, evidentemente, está se referindo à exceção, e não à regra. A ampla maioria da magistratura é composta de homens e mulheres honrados.

Ou será que a AMB imagina que os magistrados pertencem a uma casta superior, na qual não há um único juiz que possa cometer crimes? Fico preocupado com que a AMB pensa sobre esse assunto, pois a função de julgar pode acometer o magistrado do perigoso, e ao mesmo tempo risível, sentimento de que ele é um ser intocável, ungido por Deus para dizer o que é certo ou errado. Infelizmente, não são raros os magistrados que pensam assim.

Por trás do repúdio da AMB e de alguns tribunais, também vejo a intenção de tentar enfraquecer a ministra Eliana Calmon e sua atuação marcante na Corregedoria do CNJ. E isso tudo com vistas a criar um clima favorável ao acolhimento do absurdo pedido de redução dos poderes do CNJ.

A ação da AMB representa um grave risco para a sociedade. Nela, a AMB quer que o CNJ somente possa julgar juízes após a decisão das Corregedorias inferiores. A AMB pretende fazer com que o CNJ vire uma espécie de instância recursal das Corregedorias dos tribunais.

Qualquer um sabe que as Corregedorias inferiores funcionam, em regra, como instâncias de absolvição, que, acima de tudo, instruem mal o processo ou demoram demais a julgá-lo. Nesse cenário, se for reduzido a órgão recursal, o CNJ apreciará processos com provas deficientes ou fará seu julgamento de forma tardia, quando muitas vezes já poderá ter havido a prescrição.

Não se pode perder de vista que, em 2004, a Emenda Constitucional 45 criou o CNJ como órgão de controle do Judiciário, e essa missão somente será possível se o Conselho puder, como vem fazendo, iniciar seus próprios processos e julgá-los independentemente das decisões das Corregedorias dos Tribunais. Converter o Conselho à instância recursal é acabar com o controle do Judiciário!

Nesse tema, todo rigor é pouco. Muito embora existam os que praticam crimes em qualquer profissão, os que usam toga, ao contrário dos outros, causam mais danos à sociedade, porque detêm o poder de nos julgar, de dizer, no Estado Democrático de Direito, o que é a lei.

A sociedade quer um Judiciário transparente, eficiente e democrático, e o CNJ tem sido um grande instrumento neste sentido. Reduzir o poder do CNJ significará a vitória do corporativismo mais estreito.

Voltando à frase da ministra, ela apenas disse o que alguns setores da magistratura não querem ver.

Wadih Damous é presidente da OAB-RJ.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cesare Battisti, Cicciollina, Salvatore Cacciola e tutta quella gente!

Caro mio,

Ando distante deste brinquedinho de "faz de conta que sou escritor" desde o começo do mês de agosto passado, e volto hoje, an passant, para fazer um leve e rápido aceno a "tutta quella gente" da bota, Italia mia. As coisas da Itália e dos italianos sempre estiveram muito próximas de mim, desde a minha tenra infância até hoje. Jamais estive na bota, a terra de Michelangelo, Leonardo da Vinci, São Francisco de Assis, Fellini, Sophia Loren e Il Duce, mas vivendo aqui em São Paulo, local de forte concentração da imigração italiana não passei imune a toda influência cultural que os italianos e italianas nos propiciam, a começar pela minha família e pela macarronada da nona aos domingos. Em especial, morando no bairro do Bras, ao lado da Mooca, há mais de vinte anos, participando de festas paroquiais, como a de Nossa Senhora de Casaluce, São Vito e San Gennaro, aprendi a ser devoto de santos e a comer polenta com molho de tomate. E, la nave va.

Mas, a bota não é mencionada aqui à toa. Recentemente o governo italiano andou às turras com o Brasil, por que o Supremo Tribunal Federal STF reconheceu por legítima a decisão do presidente da República (à época Lula) de conceder asilo político a Cesare Battisti. A história é conhecida por todos, e cinge-se ao fato que Battisti foi condenado a prisão perpétua por ter cometido assassinato de 4 pessoas na década de setenta, quando pertencia a grupo terrorista na Itália. Battisti nega as acusações e diz que isto é mentira, que sua prisão e condenação são de ordem política. A decisão do governo brasileiro foi de não conceder a extradição e recebê-lo como exilado político. Dentre algumas razões estaria o fato de que o processo judicial na Itália estava viciado e não havia sido garantido o direito a ampla defesa e o contraditório a Battisti. Veja que arrogância, o Brasil ensinar direito à Itália, berço da civilização ocidental e do Direito Romano.

 O governo de Berlusconi (justo ele, o boçal que curte uma festa regada a putaria, segundo acusações judiciais) ficou indignado e prometeu todo o tipo de retaliação, desde a suspensão da participação da seleção italiana de futebol na copa do mundo de 2014 no Brasil, como outras bravatas típicas do falastrão. Mas não foi só a Berlusconi que a decisão brasileira irritou. Parte da classe média brasileira e alguns imbecis que não entendem do assunto mas adoram falar bobagens ficaram indignados, amaldiçoaram a decisão de Lula, do STF e até o próprio Battisti.

Eu particularmente adorei ter Battisti no Brasil. Pernaquia para estes bobocas que adoram Miami, halloween e acham que o Brasil é uma bosta - só no Brasil mesmo! é a bravata desta gentalha -  e acham chique dizer que o berço da civilização ocidental é a Itália.

Ao menos assim, nossa história não ficará somente manchada com asilos políticos de gente como o paraguaio Estroesner, ditador sanguinário de direita. Nem também seremos eternamente lembrados por Getúlio Vargas ter entregue, via Felinto Muller, a judia e comunista Olga Benário para ser executada pelos nazistas nos campos de concentração da segunda guerra. Guerra esta, que a Alemanha tinha por principal aliada a bota de Mussolini.

Há pouco tempo o Brasil também teve outro problema com a Itália, quando o banqueiro Salvatore Cacciola, então proprietário do banco Marka, fugiu do país, depois de ser libertado da prisão em razão de uma liminar do STF. Ele era acusado de um golpe milionário no Banco Central, por ter recebido dinheiro de ajuda ao seu banco, que já estava falido. Golpe contra o contribuinte brasileiro, que não tem hospital público nem saúde pública, não tem transporte público, escola decente nem moradia.

Cacciola fugiu para a Itália, depois de solto com a liminar do STF e lá ficou morando. Sendo possuidor de duas nacionalidades, a brasileira e a italiana, não encontrou problema de se instalar na bota. O governo brasileiro pediu a extradição de Cacciola, mas o governo italiano negou, sob a alegação que se tratava de um cidadão italiano. Não vi nenhum daqueles imbecis amantes de Miami e de halloween dizendo que o berço da civilização estava errado. Ao contrário, duvido até que houve interesse sobre o assunto. Nesta hora, eles usam a velha estratégia de invocar a ignorância para despistar qualquer saia justa. E não passam recibo. 

Cacciola foi pego em Monaco e extraditado para o Brasil. Hoje vive cumprindo pena, mas logo logo entrará em regime aberto. Grana que é bom ele devolver, isto não tenho notícias.

Mas a contradição não pára por aí. Li recentemente que a sexagenária peituda Cicciolina, ex atriz porno e ex deputada italiana acabara de pedir sua aposentadoria, como se parlamentar fosse. Explico: Em razão de seus peitos e de seus gemidos nos filmes pornográficos, além de outros atributos, Cicciolina ficou famosa e o povo do berço da civilização ocidental consagrou-a nas urnas como deputada federal. Isto lá se vão uns vinte anos, mais ou menos. Nós ainda não chegamos lá. O máximo que fizemos foi eleger o alfabetizado Tiririca.

Lá na Italía tem uma lei que permite aqueles que ocuparam mandato parlamentar de se aposentarem com proventos iguais ao salário de deputado, se contribuírem por alguns anos para o sistema de previdência do legislativo. Vejam que coisa horrível, dinheiro público pagando pensão e aposentadoria de deputado para quem exerceu mandato uma única vez, bastando que a pessoa somente contribua com pagamento por alguns anos. Este tipo de lei também tinha aqui no Brasil, e um montão de gente se beneficiou desta indecência (Irma Passoni e José Genoino por exemplo) mas uma onda moralizadora (eu repito, moralizadora) acabou com esta festa indecente, uma coisa horrível a menos. Pelo jeito, o berço da civilização ocidental ainda mantém esta lei por lá, com toda a crise mundial. Tá faltando o FMI dar um puxão de orelhas no berço, assim como fizeram reiteradas vezes no Brasil, nos anos 80 e 90.

Bom. Devagarinho eu tô voltando. Vou comer uma pasta agora. Ciao bello.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Grande empresário varejista e auditor fiscal da receita federal são condenados por corrupção.

A notícia abaixo informa que o juiz da 9a. Vara Criminal Federal de São Paulo condenou a 3 anos e 4 meses de reclusão por corrupção ativa o empresário Ricardo Nunes, sócio da Ricardo Eletro,  segunda maior rede de varejo do país, atrás apenas do Grupo Pão de Açúcar. Junto com Ricardo foi também condenado a 4 anos de prisão o auditor fiscal da receita federal Einar de Albuquerque Pismel Junior, por corrupção passiva. Pismel Junior foi preso em flagrante deixando a sede da Ricardo Eletro na capital paulista com R$ 50 mil e US$ 4 mil em espécie em setembro de 2010 e ainda continua preso. Além disso, na casa do auditor fiscal foram encontrados R$ 109 mil, US$ 47.600 e EUR $ 110 mil, além de uma máquina de contar dinheiro. Ricardo Nunes não está preso.


Valor Econômico


Empresário e auditor são condenados por corrupção –
Cristine Prestes

O empresário Ricardo Nunes, sócio da Ricardo Eletro, foi condenado em primeira instância a três anos e quatro meses de reclusão por corrupção ativa. Ele foi acusado de ter pago propina a um auditor da Receita Federal do Brasil em São Paulo. O auditor, Einar de Albuquerque Pismel Júnior, foi condenado a quatro anos de prisão e está preso desde setembro do ano passado, quando foi pego em flagrante deixando a sede da Ricardo Eletro na capital paulista com R$ 50 mil e US$ 4 mil em espécie. Nunes e Albuquerque já recorreram da sentença ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região. – O processo contra o empresário e o auditor foi aberto na Justiça a pedido do Ministério Público Federal, que denunciou ambos por crime de corrupção ativa e corrupção passiva, respectivamente. De acordo com a sentença do juiz Hélio Egydio Nogueira, da 9ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Albuquerque e outros auditores fiscais lotados em São Paulo já vinham sendo investigados pela corregedoria da Receita diante de indícios de patrimônio incompatível com salários. – A partir da interceptação telefônica de Albuquerque, a polícia identificou contato entre ele e Nunes, no qual teriam combinado a entrega de documentos na sede da empresa em São Paulo. Em uma busca e apreensão na casa do auditor, foram encontrados R$ 109 mil, US$ 47.600 e EUR $ 110 mil, além de uma máquina de contar dinheiro. A defesa de Nunes afirma que o empresário vinha sendo extorquido, pressionado a dar dinheiro ao auditor sem obter qualquer vantagem concreta, e que por isso não há um fato que configure crime de corrupção ativa. – Com 260 filiais em nove Estados, a Ricardo Eletro uniu-se à baiana Insinuante no ano passado e ambas formaram a Máquina de Vendas, hoje a segunda maior rede de varejo do país, atrás apenas do Grupo Pão de Açúcar.

domingo, 7 de agosto de 2011

Beijo gay em horário nobre não pode! Matar gay em horário nobre, ha isto pode.






A sociedade BRASILEIRA não esta pronta para ver um beijo gay, mas esta preparada para ver um gay morrer a pontapés em horário nobre. Parabéns Rede Globo!!!




segunda-feira, 25 de julho de 2011

Album de casamento

Casamento que é bom tem que ter bolo, champagne e fotografia. Como agora o mundo tá ficando de pés no chão, e reconhecendo o direito de pessoas do mesmo sexo a se casarem, seguem abaixo algumas fotos tiradas da internet de alguns casamentos LGBTs.

As duas primeiras fotos são de casamentos celebrados na Cidade de Nova York neste final de semana. Phyllis Siegel (esq.) exibe o certificado de casamento com Connie Kopelov, que comemora após terem sido o primeiro casal a ter a união reconhecida por um cartório de Manhattan, neste domingo (24). clique aqui para ver a notícia no site G1 .


Casais homossexuais comemoram ao deixar cartório de Manhattan onde registraram união, no primeiro dia em vigor de lei no estado (Foto: Stan Honda / AFP)

Aqui no Brasil, Márcio e Anderson (abaixo) receberão a certidão do casamento na manhã de segunda feira, 25 julho. O Juízo de Direito da Comarca de Bragança Paulista, autorizou nesta semana, o pedido de conversão da união estável do casal Márcio Aparecido de Oliveira e Anderson Luís Pinzan, em casamento. A decisão, que contou com parecer favorável do Ministério Público, é a quinta decisão favorável ao casamento


Estes dois bonitões abaixo formam o primeiro casal gay legalmente casado no Brasil. Eles são de Jacareí. Em 27 de junho, a Justiça converteu em casamento a união de Luiz André Resende Sousa Moresi e Sérgio Sousa Moresi, que vivem em Jacareí, no interior de São Paulo. No dia seguinte, eles foram até um cartório do município para buscar a certidão de casamento.


 A juíza Sônia Maria Mazzetto Moroso, titular da 1ª Vara Criminal de Itajaí, assinou o documento que a torna casada com Lilian Regina Terres em Itajaí, Estado de Santa Catarina.




A juíza Júnia de Souza Antunes, da 4ª Vara de Família, converteu a união estável homoafetiva de Sílvia del Vale Gomide Gurgel e Cláudia Helena de Oliveira Gurgel em casamento no Distrito Federal. Este é o primeiro casamento lésbico do Brasil.



A Justiça de São Paulo converteu no dia 7 de julho a união estável entre duas mulheres em casamento. A decisão da comarca de São Bernardo do Campo, no ABC, foi a primeira desse tipo entre pessoas do sexo feminino no estado de São Paulo. Por vontade do casal, elas continuarão a utilizar os seus nomes de solteira. O regime é de comunhão parcial de bens.

Ao que parece, este casal de lésbicas não quis aparecer. Casamento sem fotografia, bolo e champagne em público. Seria uma boa oportunidade para apoiar a luta contra a invisibildade lésbica.


 
Namorando há mais de 30 anos, a argentina Norma Castilla e a uruguaia Ramona Cachita Arévalo, ambas com 67 anos, receberam autorização da juíza portenha Elena Liberatori para realizarem o casório.


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Dossie Re Bordosa - finalmente o assassinato foi desvendado.

Gente, este dossie faz um levantamento apurado sobre o assassinato da Rê Bordosa.
Ele é uma obra de arte, imperdível. Depois de assistí-lo você não poderá mais dizer que não o assistiu.

Um primor de besteirol, lastreado no mais devasso dos mundos. Tá certo que ele toma um tempinho, 16 minutos, mas vale a pena manter os grandes glúteos acomodados na cadeira durante este período.

Em tais momentos a gente descobre a vida de uma outra maneira, e dá vontade de largar tudo e viver com mais espontaneidade. Mas por ora, o bom mesmo é curtir este vídeo.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cantora evangélica ganha ação por plágio contra o padre Marcelo Rossi - alguma coisa está fora da ordem mundial.

Alguma coisa está fora da ordem, fora da ordem mundial 2.
Acabo de ler no site http://ikmobile.blogspot.com/2011/07/cantora-evangelica-ganha-acao-por.html a notícia de que a Associação Brasileira de Música e Artes reconheceu que a cantora evangélica Marinalva Santos é autora de “Noites traiçoeiras”.

Eis o texto da matéria:
"A cantora piauiense Marinalva Santos, 39 anos, ganhou ação por plágio contra o padre Marcelo Rossi. A Associação Brasileira de Música e Artes reconheceu que a cantora evangélica é autora da música “Noites Traiçoeiras” e que a canção foi plagiada pelo padre.

Em 2009, a cantora esteve no Jornal do Piauí denunciando que a música foi plagiada. Ela contou que a canção foi feita inspirada em um salmo e para comemorar aniversário de uma igreja Assembleia de Deus em Uberlândia.

O pastor Francisco Felipe Cordeiro, que é marido e empresário da cantora, informou que a música já rendeu um milhão de cópias ao “padre cantor” e que a agora os direitos autorais vão para a piauiense.

“Entramos com ação e apresentamos todos os documentos a Associação Brasileira de Música e Artes. A partir desta segunda-feira, todos os direitos autorais vão para Marinalva”, garantiu o pastor.

Ele ressaltou que a cantora tentou um acordo com a assessoria do padre Marcelo Rossi, mas a proposta foi recusada. “Nós tentamentos acordo com ele (Marcelo Rossi), mas não deu certo e a proposta que ofereceu em dinheiro foi rejeitada”, disse o pastor sem revelar o valor em dinheiro."


sábado, 2 de julho de 2011

Pastor evangélico é preso por pedofilia - alguma coisa está fora da ordem mundial

Alguma coisa está fora da ordem, fora da ordem mundial.

As igrejas evangélicas na sua maioria pregam contrariamente ao reconhecimento dos direitos constitucionais de LGBTs, como união e casamento civil e criminalização da homofobia, que se aprovados ajudarim a reduzir a violência e os assassinatos homofóbicos no país.

Alegam os fundamentalistas que eles (os LGBTS) são anormais, contrariam a natureza humana e o plano de Deus. Argumentos usados para sustentar suas posições violadoras de direitos humanos.

Pois bem, apesar de todo este moralismo mentiroso, recebemos diariamente notícias sobre abusos sexuais praticados por padres e pastores, como é o caso da matéria abaixo, publicada no site do GLOBO leia abaixo ou clique aqui .

Aonde vamos parar com esta hipocrisia toda? E a montanha de dinheiro que esta gente arrecada com dizimos e sacolinhas dos templos, sem pagar um tostão de imposto de renda? Alguma coisa está fora da ordem, não tá não?


Pastor evangélico é preso acusado de abusar de criança

O Globo

RIO - Um pastor evangélico foi preso, nesta sexta-feira, acusado de abusar de uma menina de 12 anos, em Santo Aleixo, Magé. A prisão ocorreu quando Dionísio da Silva Mattos, de 57 anos, saía de casa. Parentes da criança procuraram a 65ª DP (Magé) após a virem saindo de um matagal com o pastor.

Ele teria oferecido à vítima um saco de biscoito e R$ 1 para que o acompanhasse a um rio. Dionísio da Silva Mattos é da Assembléia de Deus de Santo Aleixo. A polícia investiga agora se o acusado já praticou outros abusos a menores. Depois de sua prisão, outras pessoas procuraram a delegacia para fazer denúncias.